sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012!!! Que venha com muita luz, saúde, amor, prosperidade e grandes oportunidades...


Queridos, recebi esta mensagem e achei tão linda que como sempre, resolvi compartilhar...


O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho...
É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.

Claro que a vida prega peças:
o bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...
Mas pensa só:
Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Eu quero viver bem...
E você?

... 2011 foi um ano cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões,
tristezas e perdas, reencontros...
Normal...

2012 não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições,
a natureza tem sua personalidade, que nem sempre é a que a gente deseja,
mas, e aí?
Fazer o quê?
Acabar com o seu dia?
Com seu bom humor?
Com sua esperança?

O que eu desejo pra todos nós é sabedoria.
Que todos saibamos transformar tudo, em uma boa experiência.

O nosso desejo não se realizou?
Beleza!  não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento.
(já dizia a minha mãe)
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entender e permitir olhar o outro e o mundo com generosidade,
as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial!

... 2012 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.

Somos fracos, mas podemos melhorar.
Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
2012 pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... de você.

Pode ser... E que seja!
(amém)

2011 está chegando ao fim, mas 2012 vem aí...

com tudo pela frente!



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Minha história de Natal...


Este ano recebemos um lindo presente cujo o nome é Raphael... ele veio assim meio tímido, sem saber se ia ou ficava... sem perspectiva nenhuma de brilho e encanto, mas enfim ele ficou. Decidiu. Percebeu, viu, ouviu e sentiu o quanto nós o amamos, o queremos e o desejamos... e por completo, nos encantou.
Este Natal realmente foi especial.
Ficamos todos na sala do Rapha, vendo ele dormir em sua cadeirinha treme-treme... sua irmãzinha, a linda Giovanna estava radiante a espera do Papai Noel, feliz porque pela primeira vez, seu irmão estava na sala... enfim conheceu um novo cantinho do seu reino.
E em meio a ansiedade de uma menina linda de quase 5 anos que naquele dia, véspera de Natal, acordou nada menos que às 6:00 da manhã e querendo brincar (- Filha dorme, tá muito cedo! - Mas já é de dia! - Por que tá cedo?rsrs)... em meio a tudo aquilo o dia passava, feliz e quente mas, uma menininha precisa descançar, afinal, o tal Papai Noel ainda viria presenteá-la.
- Será que ela havia sido uma boa menina? - Será que ele realmente sabia o que ela queria? A verdade é que ela precisava dormir, mas como pedir à uma criança para que durma se o convidado mais que especial e aguardado por todo um ano ainda não chegou?
Então contei como era quando eu, seu padrinho e sua mamãe éramos crianças e foi assim...
" Há muitos e muitos anos, no tempo em que Papai Noel vinha de terras distantes e frias, puxado por suas renas em seu lindo e veloz trenó, as crianças também precisavam dormir mais cedo, o que fugia totalmente do costume daquele povo. Afinal, as crianças aprendiam que dormir, só de noite, quando a lua brilhava lá longe cercada de muitas estrelas, então, como era possível que a mamãe os mandasse dormir com o sol a pico em plena véspera de Natal?
Mas... também era tradição que toda criança precisava se preparar para o grande encontro com o convidado de honra daquela noite; Papai Noel, e fazia parte desse preparativo, dormir. Simplesmente dormir.
Ai como era difícil... os três pequenos irmãos lutavam o mais que podiam, mas a doce mãe, com aquele jeitinho que somente as boas mães tem, conseguia enfim colocá-los na cama.
A filha mais velha sempre dizia à mãe:
- Vou fingir que estou dormindo e ele nem vai perceber, quando aparecer eu vou ver, esse ano eu vou.
Mas... Papai Noel sempre sabia quem é que estava fingindo ou dormindo... e sempre as crianças dormiam de verdade...e toda vez a mãe, o pai os vizinhos que não tinham filhos pequenos é que corriam até as crianças com a notícia.
- Papai Noel chegou, ele chegou!! - Acordem!!!
Cada um de nós, os três irmãozinhos, correu um para cada lado da casa procurando seu respectivo presente e o generoso velhinho que o tinha ofertado.
De repente, ouvi os sinos do bom velhinho tocarem espalhando a magia do Natal, dos presentes, dos risos e mas nada daquele que havíamos esperado por um longo ano... as chances estavam ficando agora para o próximo ano e ai...quando tomada pela surpresa, vi cruzar pelos céus todo estabanado, pesado e risonho... o Papai Noel com seu ho, ho, ho, ho me acenando e partindo para uma longa jornada de entrega de alegrias.
E foi assim, que minha afilhada Giovanna se convenceu que deveria dormir um pouquinho, para quando acordasse e ouvisse os sinos do Papai Noel, tivesse energia para brincar e correr atrás de seus presentes e dos presentes do Rapha.
Ao longo da noite ela me pediu para contar a "minha historia" várias vezes, e em cada nova versão, ela me falava, e ai?? e ai?? e quando eu finalizava ela dizia "conta de novo" ... agora para o meu irmãozinho... e por todas as vezes que eu contei e por todas as vezes que ela e o Rapha ouviram, este Natal foi mais que especial.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Trabalhando emoções

Já que estamos aqui para contar, ouvir, compartilhar histórias e dessa forma trabalhar nossas emoções, nossa escuta e nossa palavra, compartilho uma linda história de profundo amor, um amor que supera diferenças, dificuldade e incertezas.
E alguém ainda duvida da capacidade que temos de amar, de se entregar, de se doar??? Eu não.
Amor é exercício diário, quanto mais a gente doa, mais recebe.

Uma criança especial, é uma criança - texto extraído do site: www.sindromedoamor.com.br


Ao constatar que nosso bebê é uma criança com necessidades especiais  nossos olhos vão para a dor,  as limitações, o medo. Parece que antes nada disso existia...Nisso acabamos perdendo muito tempo sem perceber que, como qualquer outra, ela é uma criança.
Se nos faz passar noites sem dormir, se abala nosso relacionamento porque chegou, se nos sentimos cansados, se muda a nossa rotina não é porque é especial, é porque é criança.
Como criança, para ser feliz, precisa brincar ainda que pareça não reagir, precisa de um colinho gostoso pra mamar mesmo que não saiba sugar, precisa de sorrisos mesmo que não possa retribuir, precisa ser aceita como é com qualquer um de nós. Mesmo que não consiga engolir precisa conhecer sabores, mesmo que não possa ver pode sentir cores, texturas. Como qualquer criança precisa de carinho, carícias, motivações, recompensas, reconhecimento. Precisa de amor!
Crianças especiais não sabem que são diferentes, mas sabem que são crianças.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As notícias e o Mel – Marina Colassanti


Um dia o rei ficou surdo. Não como uma porta, mas como uma janela de dois batentes.  Ouvia tudo do lado esquerdo. Do lado direito, não ouvia nada. A situação era incômoda, Só atendia aos ministros que sentavam de um lado do trono. Aos outros, nem respondia. E até mesmo de manhã, se o galo cantasse do lado errado, Sua Majestade não acordava e passava o dia inteiro dormindo.
Foi quando mandou chamar o gnomo da floresta. E o gnomo, obediente, apareceu na corte. Veio voando, com suas asinhas. Tão pequeno que, embora todos avisados de sua chegada, quase o confundiram com um inseto qualquer.
Chegou e logo se entendeu com o rei, estabelecendo um trato.  Ficaria morando no ouvido direito e repetiria para dentro – e bem alto – tudo o que ouvisse lá de fora. Tendo asas, e desejando, poderia aproveitar seu parentesco com as abelhas para fabricar no ouvido real alguma cera e um pouco de mel. O trato funcionou às mil maravilhas. Tudo o que o gnomo ouvia, repetia em voz bem alta nas cavernas da orelha, e o eco e a voz do gnomo chegavam até o rei, que passou a entender como antigamente, de lado a lado.
Correu o tempo. Rei e gnomo, assim tão vizinhos, foram ficando cada dia mais íntimos. Um já sabia tudo do outro e era com prazer que o gnomo gritava e era com prazer que o rei ouvia o zumbidinho das asas atarefadas no fabrico da cera e do mel. Uma certa doçura começou a espalhar-se do ouvido real para a cabeça e o rei foi ficando, aos poucos, mais bondoso.
Foi essa a causa da primeira mentira.
O Primeiro Ministro deu uma má notícia no ouvido esquerdo e o gnomo, não querendo entristecer o rei, transmitiu uma boa notícia no ouvido direito.
Foi essa a primeira vez que o rei ouviu duas notícias ao mesmo tempo. Foi essa a primeira vez que o rei escolheu a notícia melhor ...
Houve outras depois.
Sempre que alguma coisa ruim era dita ao rei, o gnomo a transformava em alguma coisa boa. E sempre que o rei ouvia duas notícias, escolhia a melhor delas.
Aos poucos, o rei foi deixando de prestar atenção naquilo que lhe chegava do lado esquerdo, E até mesmo de manhã, se o galo cantasse desse lado e o gnomo não repetisse o canto do galo, Sua Majestade esquecia-se de ouvir e continuava dormindo tranqüilo até ser despertado pelo chamado do amigo.
De um lado o mel escorria. Do outro, chegavam as preocupações, as tristezas, e todos os ventos maus pareciam soprar à esquerda de sua cabeça.
Mas o rei tinha provado o mel e a doçura era agora mais importante do que qualquer notícia. Entregou o trono e a coroa para o Primeiro Ministro. Depois chamou o gnomo para junto da boca e murmurou-lhe baixinho a ordem.
Obediente, o gnomo voou para o lado esquerdo e, aproveitando seu parentesco com as abelhas, fabricou algum mel e abundante cera, com a qual tapou para sempre o ouvido do rei.

O soldadinho de chumbo - Hans Christian Andersen

Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com
vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois
haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles
era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo
para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo
aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao
lado dos irmãos.
Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e
elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica
escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso,
tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever.
Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o
momento em que passariam a pertencer a algum menino.
Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de
aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou:
— Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado.
E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros
brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira.
Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo
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castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em
frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho.
A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em
pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia
uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu
lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros,
presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul.
A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha
os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das
pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que
acabava escondida pela saia de tule.
O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e
pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma
perna só.
“Mas é claro que ela não vai me querer para marido”,
pensou entristecido o soldadinho, suspirando. “Tão elegante,
tão bonita… Deve ser uma princesa. E eu? Nem cabo sou,
vivo numa caixa de papelão, junto com meus vinte e quatro
irmãos”.
À noite, antes de deitar, o menino guardou os
soldadinhos na caixa, mas não percebeu que aquele de uma
perna só caíra atrás de uma grande cigarreira.
Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite,
todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar
mil e uma. Uma enorme bagunça!
As bonecas organizaram um baile, enquanto o giz da
lousa desenhava bonequinhos nas paredes. Os soldadinhos
de chumbo, fechados na caixa, golpeavam a tampa para sair
e participar da festa, mas continuavam prisioneiros.
Mas o soldadinho de uma perna só e a bailarina não
saíram do lugar em que haviam sido colocados. Ele não
conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria
ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos.
De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho
muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia
pensando em maldades. Assim que ele apareceu, todos os
brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem
se tratava.
O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho,
deitado atrás da cigarreira.
— Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus
irmãos? — gritou o monstrinho.
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Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel,
sem desviar os olhos da bailarina.
— Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver!
— gritou o geniozinho enfezado. — Pode esperar.
Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando
uma nuvem que fez todos espirrarem.
Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de
chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava
caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela. O
soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último
da fila.
De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as
venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso? E
o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua.
O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e
foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo
se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos
com duas pernas.
Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal.
Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco,
chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os
pés descalços nas poças de água. Um deles viu o soldadinho
de chumbo e exclamou:
— Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora
porque ele está quebrado?
— É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a
enxurrada.
— Não, ele está só um pouco sujo.
— O que nós vamos fazer com um soldadinho só?
Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma
batalha.
— Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —
Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo.
E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha
de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o
barco para navegar na água que corria pela sarjeta.
Apoiado em sua única perna, com o fuzil ao ombro,
o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio. O
barquinho dava saltos e esbarrões na água lamacenta,
acompanhado pelos olhares dos dois moleques que,
entusiasmados com a nova brincadeira, corriam pela
calçada ao lado.
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Lá pelas tantas, o barquinho foi jogado para dentro de
um bueiro e continuou seu caminho, agora subterrâneo, em
uma imensa escuridão. Com o coração batendo fortemente, o
soldadinho voltava todos seus pensamentos para a bailarina,
que talvez nunca mais pudesse ver.
De repente, viu chegar em sua direção um enorme rato
de esgoto, olhos fosforescente e um horrível rabo fino e
comprido, que foi logo perguntando:
— Você tem autorização para navegar? Então? Ande,
mostre-a logo, sem discutir.
O soldadinho não respondeu, e o barquinho continuou
seu incerto caminho, arrastado pela correnteza. Os gritos do
rato do esgoto exigindo a autorização foram ficando cada vez
mais distantes.
Enfim, o soldadinho viu ao longe uma luz, e respirou
aliviado; aquela viagem no escuro não o agradava nem um
pouco. Mal sabia ele que, infelizmente, seus problemas não
haviam acabado.
A água do esgoto chegara a um rio, com um grande
salto; rapidamente, as águas agitadas viraram o frágil
barquinho de papel.
O barquinho virou, e o soldadinho de chumbo afundou.
Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que,
abrindo a boca, engoliu-o.
O soldadinho se viu novamente numa imensa
escuridão, espremido no estômago do peixe. E não deixava
de pensar em sua amada: “O que estará fazendo agora sua
linda bailarina? Será que ainda se lembra de mim?”.
E, se não fosse tão destemido, teria chorado lágrimas
de chumbo, pois seu coração sofria de paixão.
Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto?
E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando
falavam:
— Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela!
Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por
um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E,
por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas
sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho
no aniversário. Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro
dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa
daquela única perna.
Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao
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revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe,
e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante
aquela aventura.
Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre
a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada
estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de
árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na
porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna
só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do
que nunca.
O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais
apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra
alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se
feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la.
Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a
linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se
casaria com ele…
Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o
garotinho brincava tranqüilo com o pião.
De repente como foi, como não foi — é caso de se
pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz
—, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o
na lareira, onde o fogo ardia intensamente.
O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte
calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil
envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho
escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades.
O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina,
que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu
coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor,
mas principalmente pelo amor que ardia nele.
Naquele momento, a porta escancarou-se com
violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel
diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou
uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se
dissolveu completamente.
No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira,
encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de
chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último
instante ao seu grande amor.
Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra
azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Entre os dias 15 e 17 de dezembro, acontece em São Paulo mais uma edição da ONG Brasil, a maior feira brasileira para o terceiro setor. O Instituto História Viva participa novamente do evento, que vai contar com a exposição de 500 ONGs de todas as partes do país, além de congressos voltados para a capacitação de voluntários e viabilização de parcerias. Acesse o site www.ongbrasil.com.br e conheça melhor o evento.