quarta-feira, 27 de junho de 2012

Especial Jorge Amado - 100 anos

ESPECIAL JORGE AMADO - 100 ANOS

Canto Livro

MÚSICA

Canto livro: Jorge Amado – Amor e Mar
Jean Garfunkel, Joana Garfunkel e Natan Marques apresentam alguns textos consagrados da obra de Jorge Amado em meio a um cenário musical que traz à tona as cores da Bahia retratada pelo autor. Histórias de amor e mar são banhadas pelas canções de Dorival Caymmi, Tom Jobim, Márcio Proença, Paulo César Pinheiro e Ary Barroso.
23 de junho (sáb) – 19h – BP Cassiano Ricardo
Grupo 59

TEATRO

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Grupo 59
Da obra de Jorge Amado, o espetáculo narra a história do amor impossível entre um gato mal humorado e uma linda e amigável andorinha. Resgatando a tradição dos contadores de histórias, os atores assumem personagens e narração, num jogo teatral lúdico e recheado de canções. Mesclando humor e lirismo, contam uma fábula de amor e (in) tolerância entre seres de espécies diferentes. +6. 50 min.
23 de junho (sáb) – 14h – BP Mário Schenberg
24 de junho (dom) – 11h – BP Álvares de Azevedo
24 de junho (dom) – 16h – BP Viriato Corrêa
Grupo Trapiche
Capitães de Areia
Grupo Trapiche
Adaptado da obra do escritor Jorge Amado, o espetáculo possui a mesma trajetória do livro e retrata a realidade das diferenças sociais. +14. 60 min.
23 de junho (sáb) – 18h – BP Álvares de Azevedo
25 de junho (seg) – 19h – BP Cassiano Ricardo

SARAUS

A Coordenadoria do Sistema de Bibliotecas convida alguns dos saraus mais reconhecidos da cidade para atividades nas Bibliotecas Públicas. Venha assistir e participar.
Sarau da Cooperifa
23 de junho (sáb) – 15h – BP Paulo Duarte
Sarau da Vila Fundão
26 de junho (ter) – 14h – BP Helena Silveira
Sarau Elo da Corrente
28 de junho (qui) – 19h – BP Brito Broca
Pocket show – MC Artigo
Nesta apresentação MC Artigo, um dos mais promissores mcs da nova geração, apresenta algumas faixas da Mixtape "Libertação", lançada em 2012.
23 de junho (sáb) – 15h – BP Brito Broca
Tinta Fresca
Concepção: Juliana Bernardo. Mediação: Carol Araújo, Victor Rodrigues e Poesia Maloqueirista
Encontro para discutir textos inéditos, compartilhar o que você acabou de escrever ou escreveu faz tempo, mas ainda não mostrou. Toda ultima quarta-feira do mês.
27 de junho (qua) – 19h – BP Alceu Amoroso Lima

SARAU FANTÁSTICO

Literatura Queer e Diversidade Sexual na Literatura Fantástica
Organizado por Silvio Alexandre, criador do Fantasticon.
Um espaço para discussão sobre a produção do fantástico brasileiro. Em junho, o tema do Sarau Fantástico será “A Fantástica Literatura Queer”, uma coletânea de contos de literatura fantástica voltado à temática da diversidade sexual. Mais informações, clique aqui.
23 de junho (sáb) – das 17h30 às 19h30 – BP Viriato Corrêa
Cia. Paulistana de Teatro

TEATRO

O Cortiço
Grupo Trapiche
Adaptada da obra do escritor Aluísio de Azevedo, a história contada na peça focaliza o nascimento dos cortiços e a oposição entre a burguesia e o proletariado. +14. 60 min.
27 de junho (qua) – 19h – BP Alceu Amoroso Lima
Natal em Hiroshima
Com Cia. Paulistana de Teatro. Texto e direção: Ygor Fiori.
Personagens errantes vão expondo suas angústias e dúvidas, se relacionando o estritamente necessário, aguardando a chegada de algo que encerrará um ciclo de vida. O espetáculo tem como finalidade chamar a atenção para o eterno fantasma de uma calamidade nuclear que de tempos em tempos volta ao cenário das discussões.
28 de junho (qui) – 20h – Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato.

CINEMA

Filme Peixe Grande e suas histórias maravilhosas

Biblioteca Pública Roberto Santos

Mostra “Os grandes roteiros”
22 (sex) – 15h – Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas
23 (sáb) – 19h – Crepúsculo dos deuses
24 (dom) – 16h – Teorema
24 (dom) – 18h – Os bons companheiros
Sessão Nostalgia
Para a ultima Sessão Nostalgia do mês de Junho, dia 27, quarta feira às 19h, o público escolhe uma opção entre os três filmes abaixo:
“A Terra contra os discos voadores”
“Gólgota”
“As Viagens de Gulliver”
Sessão Infantil
23 (sáb) – 16h – O galinho Chicken Litle
Filme Billy Elliot

Biblioteca Pública Viriato Corrêa

Mostra “A escola vai ao cinema”
22 (sex) – 16h – Nenhum a menos
22 (sex) – 18h – Os incompreendidos
23 (sáb) – 16h – Billy Elliot
23 (sáb) – 18h – Juventude transviada
24 (dom) – 18h – O clube do imperador

Biblioteca Pública infantojuvenil Monteiro Lobato

Sessão infantil
26 (ter) – 15h – A marcha dos pinguins

RPG

RPG na Chácara do Castelo
Com o Grupo Espada & Papel. Narradores: Thiago Rodrigues e Rafael Mingoranci.
As aventuras narradas têm como pano de fundo o cenário de Tagmar, 1º RPG nacional ambientado num mundo de fantasia, repleto de criaturas místicas, magia e raças não-humanas. Tudo isso mesclado a um cenário inspirado na Idade Média européia. +15. 3h.
23 de junho (sáb) – 13h – BP Chácara do Castelo
Projeto de RPG – Palestra
Com Adilson Medeiros dos Santos
A palestra esclarecerá o que é o RPG, de seu começo até os variados temas abordados, modo de jogar e objetivos do jogo.
Inscrições na Biblioteca até o dia 22 de junho.
23 de junho (sáb) – 14h – BP Rubens Borba Alves de Moraes
Projeto de RPG – Oficina
Com Adilson Medeiros dos Santos
Para jogar RPG é necessário criatividade e imaginação. Nessa oficina, os participantes aprenderão a criar e interpretar seus personagens no jogo.
Vagas limitadas. Mais informações na Biblioteca.
27 de junho (qua) – 14h às 15h – BP Rubens Borba Alves de Moraes

ARTES NA RUA

24 de junho (dom) às 14h, o Grupo Vocal Carpe Diem apresentará “Música e poesia ao ar livre” no Bosque da Leitura Parque Lion Clube Tucuruvi. Conheça as outras programações clicando na imagem.
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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Programação Cultural das Bibliotecas


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MÚSICA

Show Poemia
Com Jean Garfunkel, poeta, cantor e compositor.
Um concerto temático com musica e texto, que canta, conta, e leva o espectador a percorrer simultaneamente estas duas possibilidades sonoras da poesia: cantada e falada. Jean Garfunkel estará lançando na ocasião seu primeiro livro, “Poemia”, que traz poemas e letras de música que falam sobre natureza, amor, humor e crítica social.
8 de junho (sex) – 20h – BP Alceu Amoroso Lima

O ESCRITOR NA BIBLIOTECA

Olívio Jekupê
Índio mestiço, Olívio começou a escrever poesia aos 15 anos. Estudou filosofia na PUC Paraná e na USP. Realiza palestras no país e fora dele, abordando a importância da literatura escrita pelos índios. Tem publicado diversos livros que conservam e divulgam a história de sua comunidade, entre eles “O saci verdadeiro”, “Iarandu: o cão falante” e “500 anos de angústia”.
12 de junho (ter) – 14h – BP Castro Alves
13 de junho (qua) – 10h – BP Thales Castanho
14 de junho (qui) – 10h – BP Paulo Duarte

FEIRA DE TROCA

Feira de Troca de Livros e Gibis
Traga seu livro ou gibi e troque por outros que você não tenha!
São aceitos para troca livros em boas condições de literatura infantil, juvenil, adulto, gibis, quadrinhos e mangas. Só não são aceitos livros técnicos ou didáticos.
10 de junho (dom) – das 10h às 15h – Parque do Piqueri
Rua Tuiuti, 515. Tatuapé.

 

TEATRO

Circus – A Nova Tourneé
Circo de Bonecos
No picadeiro de um cirquinho mambembe, dois saltimbancos apresentam números circenses inusitados: a Família Ovos com números de equilibrismo; As Minhocas trapezistas; o Árabe e seu Camelo abusado; a Mosca Dançarina e muitos outros bonecos fazem de tudo para divertir e entreter a platéia. Livre. 50 min.
9 de junho (sáb) – 14h – BP Mário Schenberg
10 de junho (dom) – 11h – BP Álvares de Azevedo
10 de junho (dom) – 16h – BP Viriato Corrêa

CINEMA

Biblioteca Pública Roberto Santos

Mostra “Os grandes roteiros”
9 (sáb) – 19h – A malvada
10 (dom) – 16h – Fale com ela
10 (dom) – 18h – Chinatown
Sessão Nostalgia
13 (qua) – 19h – O Santo Milagroso
Sessão Infantil
09 (sáb) – 16h – Todos os cães merecem o céu

Biblioteca Pública Viriato Corrêa

Mostra “A escola vai ao cinema”
9 (sáb) –16h – Escola de Rock
9 (sáb) – 18h – Sociedade dos poetas mortos
10 (dom) – 18h – O sorriso de Monalisa

Biblioteca Pública infantojuvenil Monteiro Lobato

Sessão infantil
12 (ter) – 15h – A era do gelo 2

 

CIÊNCIAS

Oficina Coisas que brilham no escuro (óculos de difração)
Com Mad Science
Descobertas incríveis serão desvendadas nesta oficina sobre coisas que brilham no escuro! Os cientistas mirins investigarão as propriedades da luz e irão explorar algumas aplicações incomuns da tecnologia de brilhar no escuro – incluindo a impressão de dinheiro. 6 a 10. 50 min.
13 de junho (qua) – 11h – BP Mário Schenberg
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EDITAL DE CHAMAMENTO PARA RESENHADORES

A Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato recebe entre os dias 6 e 20 de julho inscrições para o credenciamento de interessados a prestar serviços profissionais de leitura e resenhas de obras da Literatura Infantil e Juvenil para a atualização do “Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil”. Mais informações, clique aqui.
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terça-feira, 5 de junho de 2012

O rouxinol e a rosa - Oscar Wilde

"Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas", exclamou o jovem Estudante, "mas em todo o meu jardim não há nenhuma rosa vermelha."

Do seu ninho no alto da azinheira, o Rouxinol o ouviu, e olhou por entre as folhas, e ficou a pensar.

"Não há nenhuma rosa vermelha em todo o meu jardim!", exclamou ele, e seus lindos olhos encheram-se de lágrimas. "Ah, nossa felicidade depende de coisas tão pequenas! Já li tudo que escreveram os sábios, conheço todos os segredos da filosofia, e no entanto por falta de uma rosa vermelha minha vida infeliz."

"Finalmente, eis um que ama de verdade", disse o Rouxinol. "Noite após noite eu o tenho cantado, muito embora não o conhecesse: noite após noite tenho contado sua história para as estrelas, e eis que agora o vejo. Seus cabelos são escuros como a flor do jacinto, e seus lábios são vermelhos como a rosa de seu desejo; porém a paixão transformou-lhe o rosto em marfim pálido, e a cravou-lhe na fronte sua marca."

"Amanhã haverá um baile no palácio do príncipe", murmurou o jovem Estudante, "e minha amada estará entre os convidados. Se eu lhe trouxer uma rosa vermelha, ela há de dançar comigo até o dia raiar. Se lhe trouxer uma rosa vermelha, eu a terei nos meus braços, e ela deitará a cabeça no meu ombro, e sua mão ficará apertada na minha. Porém não há nenhuma rosa vermelha no meu jardim, e por isso ficarei sozinho, e ela passará por mim sem me olhar. Não me dará nenhuma atenção, e meu coração será destroçado."

"Sim, ele ama de verdade", disse o Rouxinol. "Aquilo que eu canto, ele sofre; o que para mim é júbilo, para ele é sofrimento. Sem dúvida, o Amor é uma coisa maravilhosa. É mais precioso do que as esmeraldas, mais caro do que as opalas finas. Nem pérolas nem romãs podem comprá-lo, nem é coisa que se encontre à venda no mercado. Não é possível comprá-lo de comerciante, nem pesá-lo numa balança em troca de ouro".

"Os músicos no balcão", disse o jovem Estudante, "tocarão seus instrumentos de corda, e meu amor dançará ao som da harpa e do violino. Dançará com pés tão leves que nem sequer hão de tocar no chão, e os cortesãos, com seus trajes coloridos, vão cercá-la. Porém comigo ela não dançará, porque não tenho nenhuma rosa vermelha para lhe dar." E jogou-se na grama, cobriu o rosto com as mãos e chorou.

"Por que chora ele?", indagou um pequeno Lagarto Verde, ao passar correndo com a cauda levantada.

"Sim, por quê?", perguntou uma Borboleta, que esvoaçava em torno de um raio de sol.

"Sim, por quê?", sussurrou uma Margarida, virando-se para sua vizinha, com uma voz suave.

"Ele chora por uma rosa vermelha", disse o Rouxinol.

"Uma rosa vermelha?", exclamaram todos. "Mas que ridículo!" E o pequeno Lagarto, que era um tanto cínico, riu à grande.

Porém o Rouxinol compreendia o segredo da dor do Estudante, e calou-se no alto da azinheira, pensando no mistério do Amor.

De repente ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o arvoredo como uma sombra, e como uma sombra cruzou o jardim.

No centro do gramado havia uma linda Roseira, e quando a viu o Rouxinol foi até ela, pousando num ramo.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti".

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são brancas", respondeu ela, "tão brancas quanto a espuma do mar, e mais brancas que a neve das montanhas. Porém procura minha irmã que cresce junto ao velho relógio de sol, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto ao velho relógio de sol.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são amarelas", respondeu ela, "amarelas como os cabelos da sereia que está sentada num trono de âmbar, e mais amarelas que o narciso que floresce no prado quando o ceifeiro ainda não veio com sua foice. Porém procura minha irmã que cresce junto à janela do Estudante, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto à janela do Estudante.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são vermelhas", respondeu ela, "vermelhas como os pés da pomba, e mais vermelhas que os grandes leques de coral que ficam a abanar na caverna no fundo do oceano. Porém o inverno congelou minhas veias, e o frio queimou meus brotos, e a tempestade quebrou meus galhos, e não darei nenhuma rosa este ano."

"Uma única rosa vermelha é tudo que quero", exclamou o Rouxinol, só uma rosa vermelha! Não há nenhuma maneira de consegui-la?"

"Existe uma maneira", respondeu a Roseira, "mas é tão terrível que não ouso te contar."

"Conta-me", disse o Rouxinol. "Não tenho medo."

"Se queres uma rosa vermelha", disse a Roseira, "tens de criá-la com tua música ao luar, e tingi-Ia com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim apertando o peito contra um espinho. A noite inteira tens de cantar para mim, até que o espinho perfure teu coração e teu sangue penetre em minhas veias, e se torne meu."

"A Morte é um preço alto a pagar por uma rosa vermelha", exclamou o Rouxinol, "e todos dão muito valor à Vida. É agradável, no bosque verdejante, ver o Sol em sua carruagem de ouro, e a Lua em sua carruagem de madrepérola. Doce é o perfume do pilriteiro, e as belas são as campânulas que se escondem no vale, e as urzes que florescem no morro. Porém o Amor é melhor que a Vida, e o que é o coração de um pássaro comparado com o coração de um homem?"

Assim, ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o jardim como uma sombra, e como uma sombra voou pelo arvoredo.

O jovem Estudante continuava deitado na grama, onde o Rouxinol o havia deixado, e as lágrimas ainda não haviam secado em seus belos olhos.

"Regozija-te", exclamou o Rouxinol, "regozija-te; terás tua rosa vermelha. Vou criá-la com minha música ao luar, e tingi-la com o sangue do meu coração. Tudo que te peço em troca é que ames de verdade, pois o Amor é mais sábio que a Filosofia, por mais sábia que ela seja, e mais poderoso que o Poder, por mais poderoso que ele seja. Suas asas são da cor do fogo, e tem a cor do fogo seu corpo. Seus lábios são doces como o mel, e seu hálito é como o incenso.

O Estudante levantou os olhos e ficou a escutá-lo, porém não compreendia o que lhe dizia o Rouxinol, pois só conhecia as coisas que estão escritas nos livros.

Mas o Carvalho compreendeu, e entristeceu-se, pois ele gostava muito do pequeno Rouxinol que havia construído um ninho em seus galhos.

"Canta uma última canção para mim", sussurrou ele; "vou sentir-me muito solitário depois que tu partires."

Assim, o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz era como água jorrando de uma jarra de prata.

Quando o Rouxinol terminou sua canção, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderno e um lápis.

"Forma ele tem", disse ele a si próprio, enquanto se afastava, caminhando pelo arvoredo, "isso não se pode negar; mas terá sentimentos? Temo que não. Na verdade, ele é como a maioria dos artistas; só estilo, nenhuma sinceridade. Não seria capaz de sacrificar-se pelos outros. Pensa só na música, e todos sabem que as artes são egoístas. Mesmo assim, devo admitir que há algumas notas belas em sua voz. Pena que nada signifiquem, nem façam nada de bom na prática." E foi para seu quarto, deitou-se em sua pequena enxerga e começou a pensar em seu amor; depois de algum tempo, adormeceu.

E quando a Lua brilhava nos céus, o Rouxinol voou até a Roseira e cravou o peito no espinho. A noite inteira ele cantou apertando o peito contra o espinho, e a Lua, fria e cristalina, inclinou-se para ouvir. A noite inteira ele cantou, e o espinho foi se cravando cada vez mais fundo em seu peito, e o sangue foi-lhe escapando das veias.

Cantou primeiro o nascimento do amor no coração de um rapaz e de uma moça. E no ramo mais alto da Roseira abriu-se uma rosa maravilhosa, pétala após pétala, à medida que canção seguia canção. Pálida era, de início, como a névoa que paira sobre o rio - pálida como os pés da manhã, e prateada como
as asas da alvorada. Como a sombra de uma rosa num espelho de prata, como a sombra de uma rosa numa poça d' água, tal era a rosa que floresceu no ramo mais alto da Roseira.

Porém a Roseira disse ao Rouxinol que se apertasse com mais força contra o espinho. Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e seu canto soou mais alto, pois ele cantava o nascimento da paixão na alma de um homem e uma mulher.

E um toque róseo delicado surgiu nas folhas da rosa, tal como o rubor nas faces do noivo quando ele beija os lábios da noiva. Porém o espinho ainda não havia penetrado até seu coração, e assim o coração da rosa permanecia branco, pois só o coração do sangue de um Rouxinol pode tingir de vermelho o coração de uma rosa.

E a Roseira insistia para que o Rouxinol se apertasse com mais força contra o espinho. "Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e uma feroz pontada de dor atravessou-lhe o corpo. Terrível, terrível era a dor, e mais e mais tremendo era seu canto, pois ele cantava o Amor que é levado à perfeição pela Morte, o Amor que não morre no túmulo.

E a rosa maravilhosa ficou rubra, como a rosa do céu ao alvorecer. Rubra era sua grinalda de pétalas, e rubro como um rubi era seu coração.

Porém a voz do Rouxinol ficava cada vez mais fraca, e suas pequenas asas começaram a se bater, e seus olhos se embaçaram. Mais e mais fraca era sua canção, e ele sentiu algo a lhe sufocar a garganta.

Então desprendeu-se dele uma derradeira explosão de música. A Lua alva a ouviu, e esqueceu-se do amanhecer, e permaneceu no céu. A rosa rubra a ouviu, e estremeceu de êxtase, e abriu suas pétalas para o ar frio da manhã. O Eco vou-a para sua caverna púrpura nas montanhas, e despertou de seus
sonhos os pastores adormecidos. A música flutuou por entre os juncos do rio, e eles leva ram sua mensagem até o mar.

"Olha, olha!", exclamou a Roseira, "a rosa está pronta." Porém o Rouxinol não deu resposta, pois jazia morto na grama alta, com o espinho cravado no coração.

E ao meio-dia o Estudante abriu a janela e olhou para fora.

"Ora, mas que sorte extraordinária!", exclamou. "Eis aqui uma rosa vermelha! Nunca vi uma rosa semelhante em toda minha vida. É tão bela que deve ter um nome comprido em latim." E, abaixando-se, colheu-a.

Em seguida, pôs o chapéu e correu até a casa do Professor com a rosa na mão.

A filha do Professor estava sentada à porta, enrolando seda azul num carretel, e seu cãozinho estava deitado a seus pés.

"Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha", disse o Estudante. "Eis aqui a rosa mais vermelha de todo o mundo. Tu a usarás junto ao teu coração, e quando dançarmos ela te dirá quanto te amo."

Porém a moça franziu a testa.

"Creio que não vai combinar com meu vestido", respondeu ela; "e, além disso, o sobrinho do Tesoureiro enviou-me jóias de verdade, e todo mundo sabe que as jóias custam muito mais do que as flores."

"Ora, mas és mesmo uma ingrata", disse o Estudante, zangado, e jogou a rosa na rua; a flor caiu na sarjeta, e uma carroça passou por cima dela.

"Ingrata!", exclamou a moça. "Tu é que és muito mal-educado; e quem és tu? Apenas um Estudante. Ora, creio que não tens sequer fivelas de prata em teus sapatos, como tem o sobrinho do Tesoureiro." E, levantando-se, entrou em casa.

"Que coisa mais tola é o Amor!", disse o Estudante enquanto se afastava. "É bem menos útil que a Lógica, pois nada prova, e fica o tempo todo a nos dizer coisas que não vão acontecer, e fazendo-nos acreditar em coisas que não são verdade. No final das contas, é algo muito pouco prático, e como em nossos tempos ser prático é tudo, vou retomar a Filosofia e estudar Metafísica."

Assim, voltou para seu quarto, pegou um livro grande e poeirento, e começou a ler.



Oscar Fingal O´Flahertie Wills Wilde nasceu na cidade de Dublin, Irlanda, no dia 16 de outubro de 1854, filho de Sir William Wilde, médico, e de Jane Francisca Elgee. Com ela, ainda jovem, acompanhou as discussões literárias e estéticas do grupo de amigos de sua mãe, que publicava poesias com o pseudônimo de "Speranza". Estudou em Oxford, tendo se dedicado, com ênfase, aos clássicos. Apresentando um comportamento estranho para aquela época — cabelos longos, roupas de veludo caras - era fustigado por seus colegas de universidade por seu jeito efeminado de ser. Em sociedade teve mais sorte e influência, e ficou famoso por sua personalidade. Suas frases de efeito eram repetidas em todo o lugar, e a fama de líder desse novo movimento estético lhe valeu um convite para palestrar nos Estados Unidos. Casou-se em 1884 com Constance Lloyd. Publicou em 1888 os contos de "O príncipe feliz e outras histórias".Outros livros de contos e romances foram publicados, destacando-se o grande sucesso de sua carreira, "O retrato de Dorian Gray" (1891). Todavia, sua popularidade cresceu mesmo foi no teatro, com peças irônicas e brilhantes como "O leque de Lady Windermere" (1892) e "Um marido ideal" (1895). O envolvimento homossexual do escritor com Lord Alfred Douglas foi denunciado pelo pai deste. Wilde processou seu acusador por calúnia, foi derrotado e foi condenado a dois anos de prisão (a "sodomia" era crime então). Em pouco tempo foi à bancarrota. Deixou mulher e dois filhos e exilou-se em Paris, sob o pseudônimo de Sebastian Melmoth. Morreu, em Paris, na obscuridade, no dia 30 de novembro de 1900.

O PESCADOR E A SEREIA

 
Assim meio sem esperança
o pescador jogou a sua rede
mas o quase impossível
às vezes acontece
e inesperadamente
a sereia veio enroscada
nas malhas salgadas
e desgastadas pelo tempo!

e a sereia
só para irritar as estrelas do mar
sorria e exibia o brilho cativante
do seu olhar de estrelas!

e a sereia
ouvindo o canto do pescador
não resistiu ao seu encanto
e sorrindo lhe disse:

pode jogar o barco nos rochedos
sair pelo mar a fora, sei lá,
estou sob o seu leme!

e o pescador agora tem
uma sereia apaixonada!


antonio carlos de paula
poeta e compositor
www.antoniocarlosdepaula.com

História "A princesa e o sapo"

 


Há muito, muito tempo, quando as fadas lançavam bons e maus feitiços, vivia um rei num reino distante que tinha várias filhas, todas muito bonitas. A mais nova, então, era tão linda que até o próprio Sol sorria quando lhe acariciava o rosto com os seus raios.
Perto do palácio havia um bosque cheio de recantos frescos por onde a princesa gostava de passear nos dias quentes. Costumava caminhar por um carreiro até junto de uma nascente. Entretinha-se depois a brincar com uma bola de ouro, o seu brinquedo preferido. Gostava muitíssimo dessa linda bola.
Certo dia, atirou a bola com demasiada força e esta acabou por cair num buraco muito fundo que a água da nascente escavara no chão.
A princesa ainda correu atrás dela, mas não conseguiu apanhá-la. Muito infeliz, começou a chorar. Chorou, chorou, sem parar.
- Porque choras assim, linda princesa? – Perguntou alguém. – Choras tanto que até as pedras se comovem com a tua infelicidade.
A princesa olhou em redor, mas não viu senão um sapo a espreitar com a cabeça fora de água.Scraps

- Ah, és tu que estás a falar, Sapo? – Perguntou ela. – Estou a chorar porque a minha bola de ouro caiu nesse buraco.
- Limpa as lágrimas e não chores mais. – Respondeu o Sapo. – Posso ajudar-te. Mas o que me dás se te trouxer a bola de ouro?
- Dou-te tudo o que quiseres, meu querido Sapo – respondeu. – Os meus lindos vestidos, os meus colares de pérolas e também a coroa de ouro que trago na cabeça.O Sapo nadou até ao fundo da nascente, agarrou na bola e voltou para a margem. Deu dois saltos e largou a bola aos pés da princesa.
A menina apanhou-a e correu para o palácio.
- Espera por mim! – Gritou o Sapo. – Leva-me contigo! Não consigo correr como tu.
Pobre Sapo! Estava a perder o seu tempo porque a princesa nem sequer olhou para trás. Nunca mais se lembrou dele… Muito triste, o Sapo voltou para a nascente.
No dia seguinte, quando todos se sentaram à mesa do palácio para jantar e a princesa saboreava as iguarias que tinha no seu prato de ouro, ouviu-se qualquer coisa a trepar com dificuldade as escadarias de mármore, fazendo um ruído estranho: ploque, ploque. Pouco depois, alguém bateu à porta da sala de jantar e uma voz gritou:
- Princesa, linda princesa, abre a porta!
A princesa correu a abrir. Assim que viu o Sapo, fechou rapidamente a porta e voltou a tremer de medo para a mesa. O rei percebeu a aflição da menina e perguntou-lhe:
- O que receias, minha filha? Por acaso está algum gigante atrás da porta, pronto para te levar com ele?
- Oh, não! – Respondeu a princesa. – Não é um gigante, é apenas um Sapo horroroso.
- Mas o que quer de ti esse Sapo?
Então a menina contou ao pai o que se passara no dia anterior.O Sapo continuou a bater à porta, dizendo:
- Princesa, linda princesa, abre a porta! Não te lembras do que me prometeste ontem junto à nascente?
- Minha filha, se prometeste, deves cumprir a promessa – disse o rei. – Abre-lhe a porta.
A princesa obedeceu e o Sapo entrou na sala aos saltinhos, avançando até à cadeira da menina.
- Agora pega-me e põe-me ao teu lado.
A menina hesitou, mas o pai obrigou-a a fazer o que o Sapo pedia. Assim que se viu sentado na cadeira, o Sapo quis subir para cima da mesa. Depois quis que a menina lhe pusesse na frente o prato de ouro e dividisse com ele o seu jantar.
Contrariada, a menina obedeceu. O Sapo repugnava-a e, por isso, não comeu quase nada.
- Não quero comer mais nada. Estou cheio de sono – disse o Sapo. – Leva-me para o teu quarto e deita-me na tua cama.
A princesa começou a chorar. O Sapo causava-lhe repugnância e nem queria imaginar que tinha de dormir na mesma cama que ele!
O rei ficou furioso com a atitude da filha:
- Não deves desprezar quem te ajudou quando precisavas! Obedece!Vencendo a sua repugnância, a princesa pegou no Sapo com a ponta dos dedos e levou-o para o seu quarto. Largou-o num canto e deitou-se. Mas o Sapo aproximou-se da cama aos saltinhos e disse:
- Estou muito cansado, princesa. Quero dormir na tua cama. Obedece-me, senão conto ao teu pai.
Furiosa, a menina pegou nele e atirou-o com toda a força contra a parede, gritando:
- Já estás satisfeito, Sapo nojento?
Assim que o Sapo bateu na parede, transformou-se num lindo príncipe. Olhou para a princesa com gratidão e ela percebeu que aquele era o noivo que o pai lhe tinha destinado e que estivera encantado na pele de um sapo.
O príncipe contou-lhe que uma fada má o enfeitiçara e que só ficaria livre se a filha de um rei aceitasse casar com ele, mesmo sob a forma de um sapo.Na manhã seguinte, o príncipe resolveu levar a noiva para o seu reino. Pouco depois, chegou ao palácio uma linda carruagem puxada por seis cavalos brancos, enfeitados com plumas de avestruz e arreios de ouro. De pé, na parte de trás da carruagem estava Henrique, o criado mais fiel do príncipe. Quando o seu amo fora transformado em sapo, o coração de Henrique inchara de dor e quase rebentara. Para que isso não acontecesse, tiveram que lhe pôr em volta do peito uns aros de ferro. Henrique estava agora muito feliz e ajudou o jovem casal a subir para a carruagem.
Passadas algumas horas de viagem, ouviu-se um estalo.
- O que aconteceu, Henrique? A carruagem partiu-se? – Perguntou o príncipe.
- Não, meu senhor – respondeu o criado. – O meu coração ficou tão cheio de alegria pelo vosso regresso que um dos aros de ferro acaba de estalar.
Mais adiante, ouviu-se outro estalo e depois outro. Eram os dois últimos aros de ferro em volta do coração de Henrique que acabavam de estalar. O rapaz estoirava de alegria por ver o seu amo livre do encantamento e muito feliz junto da sua noiva!
A viagem continuou e, quando chegaram ao palácio do príncipe, houve uma grande festa que durou uma semana

É amanhã, lançamento de livros de queridos amigos da Pós

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Programação de Junho - Marília Tresca

Caminhando,

"Destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha; não é uma coisa que se espera, mas que se busca."William Jennings Bryan
"Há pessoas que estão sempre atribuindo às circunstâncias
aquilo que são. Não acredito nas circunstâncias. As pessoas
que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias
de que precisam e, se não as encontram, as criam."

George Bernard Shaw
Desejo que você crie as melhores condições para sua felicidade. Que você pense no destino, sem deixar de aproveitar as belezas e os ensinamentos do caminho.
Meu carinho,
Marilia Tresca

Próximo Sarau:

Sarau Beneficente de Contadores de Histórias
Comemoração de meu aniversário e aniversário de 30 anos de casamento com o JC.
Em prol dos projetos de Leitura e Xadrez liderados por nosso amigo Paulo Cavalheiro no Núcleo CRE-SER que atende crianças e jovens da comunidade Heliópolis. (www.creiaprojetosocial.org.br)
Teremos Bingo, Feira de livros usados, Pescaria cultural e “Quanto vale a história ?”.
Data: 16/06/2012– Sábado
Horário: 14h às 22h
Local:Salão de Festas do Edifício Marina IV – Rua Basílio da Cunha, 1115 – Aclimação– São Paulo - SP
Ingresso: 1 prenda para o bingo
Traga um prato de doce, salgado ou fruta para o nosso lanche comunitário e uma história para contar (tema livre). A pipoca e o refrigerante são por nossa conta !
Por favor, confirme sua participação preenchendo a ficha de inscrição abaixo.
Total de vagas: 80

FICHA DE INSCRIÇÃO – Sarau 16/06/2012 (sábado)
Nome -
Endereço –
Cidade -
Telefone -
e-mail -
Idade -
Atividade exercida -
Vai contar histórias no sarau ?
Observação : As fotos do curso e do sarau de maio já estão no meu blog : www.marilia-tresca.blogspot.com
E em Julho:
5ºEncontro Nacional de Contadores de Histórias de Santa Bárbara d'Oeste.
Neste ano a Cia Xekmat é a realizadora do evento que acontece nos dias 13, 14 e 15 de julho, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, através do ProAC, das Secretarias de Educação e Cultura de Santa Bárbara d'Oeste e da Estação Cultural.

domingo, 3 de junho de 2012

Virada Sustentável e muita contação de histórias na Saraiva



O mês começou com tudo, virada sustentável, meio ambiente, ecologia... a lagarta D. Marta quase virou uma minhoca e a Rizoleta trouxe muitas histórias em suas asas. O pássaro fugiu da gaiola de ouro e a árvore, foi mais que generosa.
Contei histórias nas Saraivas do Center Norte e do Paulista, foi muito bom.


 Então, vamos para história que trata do tema do mês: meio ambiente.


A escolinha do Mar - Ruth Rocha
A escola de dona Ostra fica lá no fundo do mar.
Nesta escola, as aulas são muito diferentes.

O Dr. Camarão, por exemplo, dá aulas aos peixinhos menores:
- Um peixe inteligente presta atenção àquilo que come.

Não come minhoca com anzol dentro. Nunca!

O peixe elétrico ensina a fazer foguetes:
- Quando nosso foguete ficar pronto, vamos à terra.
Os homens não vão a Lua?

E o maestro Villa-Peixes ensina aos alunos lindas canções:
“Como pode o peixe vivo
Viver fora d’ água fria...”

Os alunos desta escola não são apenas peixes.
Há, por exemplo, Estela, a pequena estrela-do-mar, tão graciosa, que é a primeira aluna da aula de balé.

Há Lulita, a pequena lula, que é a primeira em caligrafia porque já tem, dentro dela, pena e tinta.

E há o siri-patola, que só sabe andar de lado e por isso nunca acompanha a aula de ginástica.

Mas nem todos os alunos são bem-comportados.
Quando o Dr. Camarão se distrai, escrevendo na concha, Peixoto, o peixinho vermelho, solta bolhas tão engraçadas que os outros riem, riem.
O Dr. Camarão se queixa:
- Estes meninos estão ficando muito marotos, fazem estripulias nas minhas barbas!

No fim do ano, Dona Ostra, que é uma professora muito moderna, leva seus alunos para uma excursão pelo fundo do mar.

Naquele ano, os preparativos para a excursão foram animadíssimos.
Vocês sabem, o melhor da festa é esperar por ela.

Um grande ônibus foi contratado para levar os alunos e professores.
Ônibus marítimo, é claro, puxado por cavalos-marinhos.

No dia da partida, todas as mamães foram despedir-se dos filhinhos e todas faziam muitas recomendações:

- Veja lá, hein? Não vá chegar à beira do ar, e cuidado com as gaivotas!
- Meu filho, não chegue perto do peixe-elétrico quando ele estiver ligado. É muito perigoso!
- Adeus, adeus, boa viagem, aproveitem bem!

E eles aproveitaram mesmo.
Que beleza é o fundo do mar!
E como aprenderam!
- Veja, dona Ostra, que peixão tão grande, dando de mamar ao peixinho!

- Aquilo não é peixe, não, é uma baleia. As baleias são de outra família. Aparentadas com o homem. Por isso dão de mamar aos filhotes.

E aprenderam muitas outras coisas.
Viram os peixes-voadores, que davam grandes mergulhos no ar; viram os golfinhos, que são parentes das baleias, inteligentíssimos.

E os tubarões, muito emproados, que andam sempre com seus ajudantes, os peixes-pilotos.

O mais emproados de todos é o Barão Tubarão.
Mora num grande castelo de madrepérola, com seu filho, o Tubaronete.

Naquela noite, acamparam perto do castelo do Barão.
Todos ajudaram a armar o acampamento e, quando tudo ficou pronto, juntaram-se e começaram a cantar;
“Roda, roda, roda,
pé, pé, pé.
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré...”

Ouvindo aquela cantoria, o Tubaronete veio espiar o que havia.
Ele era um peixe muito mal-educado, não ia á escola, nem nada, era um verdadeiro “play-peixe”.

Começou a caçoar de todos, a imitar o jeito de cada um, que é uma coisa muito feia.
Dona Ostra ficou aborrecida.
- Olhe aqui, menino, se você quiser, pode ficar, mas tem que se comportar direitinho, como os outros.

Tubaronete era mesmo muito mal-educado.
Avançou para dona Ostra, vermelhinho de raiva:
- Eu não preciso de vocês, seus peixes de água doce, seus peixes de lata!

E arrancou a pérola de dona Ostra e fugiu, espirrando água para todos os lados.

Dona Ostra se pôs a chorar:
- Ai, minha pérola! Como é que vou passar sem ela? Já estava tão acostumada...

- Ah, dona Ostra, não se aflija, não - disse Peixoto, que, apesar de pequenininho, era muito valente.
- Eu vou já ao castelo buscar a pérola. Se ele não devolver, falo com o pai dele!
Dona Ostra empalideceu:
- Ai, não vai não! Eu tenho tanto medo de tubarão, ainda mais de tubarão barão.
- Eu vou, sim. Se a gente ficar de braços cruzados, sua pérola não volta nunca mais.

Chegando ao palácio do Barão, Peixoto bateu as barbatanas com toda a força:
PLAC, PLAC, PLAC!
Veio atender ao portão uma senhora enguia, de uniforme preto e touquinha branca na cabeça.

- Boa noite, dona Cobra, diga ao Tubaronete que aqui está o Peixoto, que quer falar com ele sem demora – disse o peixinho.

- Cobra, não! Dobre a língua, ouviu? Meus patrões não têm tempo a perder com senhores Peixotos...
E foi entrando, sem querer escutar o que Peixoto estava dizendo.

Mas Peixoto não desanimou.
Rodeou a casa até que encontrou uma janela meio aberta e foi entrando, mesmo sem convite.
Lá estavam o Barão e o Tubaronete jantando.
Peixoto, com o coração batendo muito, adiantou-se:
- Desculpe, seu Barão, eu ir entrando assim, mas tenho umas contas a ajustar aqui com o seu filho. Cadê a pérola de dona Ostra? Devolva já, já!
Tubaronete até engasgou de susto:
- Eu ia devolver, eu ia, sim! Tome a pérola, eu estava brincando...

O Barão Tubarão levantou-se, furioso:
- De que é que vocês estão falando? Pelo que vejo, o senhor meu filho já aprontou mais uma das suas! É a vergonha da família Tubarão!
Vou-lhe aplicar um castigo tremendo!

Peixoto ficou com pena de Tubaronete:
- Olhe, seu Barão, eu acho que o Tubaronete é assim, por que ele não sabe nada. Por que é que ele não vai á escola como os outros peixes?

O Barão não disse nada, mas, no ano seguinte, Tubaronete foi o primeiro aluno que se matriculou na escola de dona Ostra.

Faz muito tempo que essa história se passou.
Tubaronete já não é mais aquele peixe sem educação que era naquele tempo.

Ele, agora, é aluno de dona Ostra, dos mais aplicados.
É ele quem apaga a concha para os professores, e é agora o melhor amigo do Peixoto.

Os dois combinaram que, quando se formarem, vão ser sócios.
Vão fundar uma grande agência de turismo, para fazerem sempre outras viagens pelo fundo do mar.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Programação Cultural das Bibliotecas Públicas


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AGENDA DAS BIBLIOTECAS - JUNHO


Já está disponível em versão online a agenda com a programação de junho das Bibliotecas Públicas de São Paulo

CURSOS

O despertar do contador de histórias
Com Simone Grande e Kelly Orasi
O mini curso tem por objetivo apontar caminhos para a arte da narrativa; levantando questões, propondo exercícios, incentivando a pesquisa e finalizando com uma roda de histórias com os participantes. Público alvo: contadores de histórias, professores e interessados.
Carga horária: 24h.
Vagas limitadas. Inscrições na Biblioteca a partir de 1 de junho.
Aos sábados, das 9h às 16h, de 16 a 30 de junho. BP Narbal Fontes.
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Circus – A Nova Tournée. Circo de Bonecos.

 

 

 

 

 

TEATRO

Circus – A Nova Tournée
Circo de Bonecos
No picadeiro de um cirquinho mambembe, dois saltimbancos apresentam
números circenses inusitados para divertir e entreter a platéia. Livre.
2 de junho (sáb) – 16h – BP Hans Christian Andersen
6 de junho (qua) – 14h30 – Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Grupo 59
Da obra de Jorge Amado, o espetáculo narra a história do amor impossível
 entre um gato mal humorado e uma linda e amigável andorinha. +6.
3 de junho (dom) – 11h – BP Cora Coralina
Capitães da Areia
Grupo Trapiche
Adaptado da obra do escritor Jorge Amado, o espetáculo possui a mesma trajetória
 do livro e retrata a realidade das diferenças sociais. +14. 60 min.
6 de junho (qua) – 19h – BP Alceu Amoroso Lima
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CINEMA

Mostra “Os grandes roteiros”
1 (sex) – 15h – Brilho eterno de uma mente sem lembranças
2 (sáb) – 19h – Casablanca
3 (dom) – 16h – Fargo
3 (dom) – 18h – Poesia
Sessão Nostalgia
06 (qua) – 19h – Horizonte Perdido
Sessão Infantil
02 (sáb) – 16h – Vida de Inseto
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Uma Mente Brilhante

 

 

 

 

 

 

Biblioteca Pública Viriato Corrêa

Mostra “A escola vai ao cinema”
1 (sex) – 16h – Com mérito
1 (sex) –18h – Elefante
2 (sáb) – 16h – Curtindo a vida adoidado
2 (sáb) – 18h – Entre os muros da escola
3 (dom) – 18h – Uma mente brilhante
Sessão infantil
3 (dom) – 16h – Aladdin

Biblioteca Pública infantojuvenil Monteiro Lobato

Sessão infantil
5 (ter) – 15h – A era do gelo
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ARTES NA RUA

Balaio de Dois joga o jogo dos afetos
Com Balaio de Dois
O poeta Paulo Netho e o músico Salatiel Silva vão jogar com o público o jogo
feliz dos afetos para despertar estados de infância adormecidos - coisa que
só é possível graças à boa música e às palavras criadeiras. Livre.
1 de junho (sex) – 12h – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Luso. Zona Sul.
2 de junho (sab) – 13h – _Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Ramala. Zona Sul.
5 de junho (ter) – 11h – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Orion. Zona Sul.
6 de junho (qua) – 12h30 – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim D’Abril. Zona Oeste.
Entre na Roda
Com Girasonhos
Espetáculo interativo em que as crianças ouvem histórias populares cantadas
e participam de brincadeiras cantadas e dançadas da cultura popular brasileira. Livre.
1 de junho (sex) – 12h20 – Ônibus-biblioteca Roteiro Grajaú. Zona Sul.
3 de junho (dom) – 13h – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim São Savério. Zona Sul.
6 de junho (qua) – 12h30 – Ônibus-biblioteca Roteiro Vila São José. Zona Sul.











Abre a roda e deixe a história entrar
Com Núcleo Educatho
Quatro atores-músicos realizam um cortejo, conduzindo os espectadores até o
local onde será narrada uma história. Livre.
1 de junho (sex), 14h – Ônibus-biblioteca Roteiro Vila Icaraí. Zona Norte.
2 de junho (sáb), 11h – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Camargo. Zona Leste.
3 de junho (dom), 14h – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Cidade Pirituba. Zona Norte.
5 de junho (ter), 12h – Ônibus-biblioteca Roteiro Cidade Líder. Zona Leste.
6 de junho (qua), 10h30 – Ônibus-biblioteca Roteiro Tremembé. Zona Norte.
7 de junho (qui), 12h – Ônibus-biblioteca Roteiro São Miguel Paulista II. Zona Leste.
Mediação de Leitura
Mediadores de leitura estarão à disposição do público para leitura de diversas obras literárias.
1 de junho (sex) – 12h30 – Ônibus-biblioteca Roteiro Vila Santo Estéfano. Zona Sul.
6 de junho (sáb) – 12h30 – Ônibus-biblioteca Roteiro Jardim Helena. Zona Leste.
7 de junho (qui) – 11h – Ônibus-biblioteca Roteiro Vila Stéfani. Zona Sul.
Palhaços
Com Grupo Forças Amadas
A arte faz um convite para um encontro em um ônibus que em vez de
transportar pessoas, transporta histórias e palhaços. Livre.
5 de jun (ter), 14h – Ônibus-biblioteca Roteiro Parque Novo Mundo. Zona Norte.
7 de jun (qui), 14h – Ônibus-biblioteca Roteiro Capão Redondo. Zona Sul.
Música e poesia ao ar livre
Com Grupo Vocal Carpe Diem
Grupo de música vocal com seis integrantes, regido por Beto Rodrigues,
interpreta canções entrelaçadas com poesia. Livre.
3 de junho (dom) – 14h – Bosque da Leitura Parque Cidade de Toronto
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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

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Hoje é dia de história!
Com Cia A Hora da História, formada por Natália Grisi e Camila Cassis.
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Mediação de leitura com contos e poesias de renomados autores
brasileiros e mundiais, e narração de histórias com música e muita
interação. 5 de junho (ter) – 10h – Ponto de Leitura Praça do Bambuzal. Para
conferir mais atividades de literatura, clique na imagem.
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