quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uma reflexão sobre os contos de fadas por Andrea Schiavi

 
 
 
Uma reflexão sobre os contos de fadas.

Ouvir um conto de fadas e observar como os arquétipos oferecem chaves para o inconsciente é um trabalho primoroso. Clarissa Pinkola Estés faz este trabalho com a luz de sua alma em minha opinião. Mas contos de fadas também são maneiras de incutir valores sociais, penso que a maioria deles foram inventados com este intuito. Por isso perduraram por tanto tempo..., sobreviveram às religiões porque atendem aos ideais de repressão à mulher e ao sexo, mantendo a configuração de mulheres recatadas à espera de um par.
As historias de princesas como Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida e etc. incutem a ideia de que meninas devem ficar intactas, serem recatadas, atender aos padrões sociais e se assim fizerem comendo o pão que o diabo amassou ou a maçã envenenada, aturando humilhações da madrasta, um dia um príncipe encantado chegará e então serão felizes para sempre. Pode parecer dura demais minha opinião sobre histórias que povoaram nossas fantasias de menina por tanto tempo, mas é fato que ainda hoje muitas mulheres sofrem deste complexo de princesa, se culpam quando não encontram um bom marido, ou quando não se casam até os trinta, que esperam um feliz para sempre após o casamento, que se desiludem quando descobrem que sapo é sapo e nunca vira príncipe, que nenhuma historia contava como seria a vida a dois no castelo, que o príncipe não era amigo da princesa e sim algo mais parecido com um dono que a defende dos males do mundo, mas não necessariamente a compreende como mulher.
Ah! Quantas mulheres eu vejo trancafiadas num castelo tentando acreditar que são felizes porque moram num castelo com um príncipe que mal sabe quem elas realmente são.
Os príncipes destas histórias são livres em seus cavalos, e ao se deparar com uma mulher morta em um caixão de vidro se apaixonam e decidem leva-la consigo e até beijar-lhe a boca. Não seria óbvio que após o casamento ele a deixaria no castelo e voltaria a montar em seu cavalo mundo afora? Afinal, os príncipes precisam cuidar do reino, e as princesas precisam se libertar da madrasta.
Penso que é urgente fazermos novos contos, onde os meninos também se identifiquem com as historias, que descubram o personagem do guerreiro da luz em busca de si mesmo. Alguém já viu um menino querendo fazer a festa com o tema de príncipe?
Vamos fazer contos em que as meninas resgatem a sacerdotisa, que o casamento seja uma lenda, um encontro de almas, e não mais um ideal de encontrar um complemento externo. Algo mais parecido com o conto do Irmão Urso, que faça aflorar o potencial interno, a alma sábia, a independência emocional. Que faça acreditar no feliz para sempre após o encontro consigo mesmo.
Nossos contos devem refletir os ideais que acreditamos e a sociedade que almejamos, deve conter os personagens que desejamos ser, com valores éticos e pessoais, e os vilões devem ser de fato aquilo que desejamos transfigurar. Devem ser impregnados de amor, sem submissão, revelando que o verdadeiro encanto está na luz interior, e que a vida é a aventura da auto revelação. Que as fadas madrinhas estão no mundo dos sonhos e nos guiam o tempo todo. Que sacerdotisa é quem conhece a fada madrinha e por aí vai. Vamos? Parem de contar histórias patriarcais, vamos compor os contos da nova era? Vamos!

Andrea Schiavi
Autora de Contoterapia
www.contoterapia.com.br

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

E com vocês, Clara Haddad!! hora pois...

“Era pois uma vez”
O riquíssimo imaginário português é o que move o espetáculo que Clara Haddad e Cristiano Gouveia apresentam no Sesc Arsenal


Da Redação

‘Era pois uma vez’, é um espetáculo interativo baseado em contos tradicionais portugueses que a narradora Clara Haddad apresenta nesta sexta-feira, dia 14, no Teatro do Sesc Arsenal. São histórias cheias de humor, aventura, amor e mistério. Um espetáculo onde Clara Haddad permeia a apresentação com contos tradicionais portugueses acompanhados por contos cantados e música original composta pelo músico Cristiano Gouveia.

O público terá oportunidade de se inteirar do imaginário do povo português e dos contos lusófonos. “É um espetáculo adulto. E as pessoas poderão perceber a semelhança do folclore português com o brasileiro. A cultura daquele país faz parte do nosso dia a dia e muitas vezes nem sabemos”, disse a narradora, brasileira radicada em Portugal. Muitos elementos dos contos que serão narrados foram colhidos por Clara nas viagens pelo mundo que fez contando histórias. Para ela, isso proporciona uma verdadeira viagem para seus ouvintes. “É possível se imaginar nos lugares que descrevo. No fim, fica a certeza que não importa a cultura ou distância, toda gente é igual”, afirmou a narradora, que tem seu trabalho baseado, principalmente, na obra de Teófilo Braga, escritor tradicional português.

A artista - Atriz e narradora profissional luso-brasileira, Clara Haddad conta histórias que ouviu e aprendeu na infância com sua avó libanesa e outras, que foi conhecendo através do seu trabalho de pesquisa e viagens pelo mundo.

Apresenta uma trajetória de 14 anos de sucesso com um repertório repleto de relatos tradicionais árabes, brasileiros, portugueses e africanos.

Foi fundadora da primeira Escola de Narração em Portugal, a Escola de Narração Oral Itinerante, um projeto pioneiro com sede na cidade do Porto e com delegações em Coimbra e Lisboa. No Brasil, a delegação fica na cidade de São Paulo.

Radicada em Portugal desde 2005, Clara dinamiza e coordena inúmeros eventos e formações na arte teatral e de contar histórias para adultos e crianças. Em algumas ocasiões, sua narração é acompanhada por música ao vivo. Realiza apresentações em vários países, tais como: Brasil, Portugal, Espanha, Bélgica, França, Peru, México e Venezuela.

Clara foi a primeira narradora de língua portuguesa a contar no Festival Alden Biesen na Bélgica - um dos festivais mais antigos da Europa realizado em um castelo na cidade de Bilzen e no Santuário de Machú Picchu.

Desenvolveu o projeto Storytelling empresarial, que visa ajudar empresas e organizações que apresentam problema com a comunicação ou com a falta de criatividade em sua equipe. Este projeto também acompanha individualmente empresários, consultores, políticos, atores e todos aqueles que na sua vida profissional necessitem falar perante audiências ou queiram desenvolver um projeto nas áreas de mediação de leitura ou organizacional.

Clara também é idealizadora e programadora de projetos voltados à arte de contar histórias, como: Sexta dos Contos, Domingos de Contos nas Caves Taylor´s e Circuito Um Porto de Contos. Também é diretora e produtora do Encontro Internacional de Narração Oral: Um Porto de Contos, que acontece a cada dois anos na cidade do Porto e que terá a sua 2º edição neste ano de 2013.

É, também, autora do conto A Montanha Encantada que faz parte da coletânea reunida no livro Histórias de quem conta histórias, publicado pela Ed. Cortêz. Este livro foi escolhido para representar o Brasil na feira internacional do livro infantil, em Bolonha-Itália no ano de 2011, como um dos melhores lançamentos infanto-juvenis de 2010.

Integrou por três anos a equipe do serviço educativo do Hospital Pedro Hispano onde dinamizou semanalmente sessões que uniam meditação, visualização, criativa e contos. Esse projeto educativo hospitalar foi ganhador do prêmio Acreditação 2007.

O músico - Cristiano Gouveia é ator, músico autodidata, multi-instrumentista, compositor. Possui vasta pesquisa dedicada à música inserida na Linguagem teatral. Desde 2005, também atua como diretor musical de peças teatrais, tendo dirigido musicalmente mais de 20 espetáculos, conquistando prêmios em vários festivais de teatro.



SERVIÇO

O QUE: “Era pois uma vez” com Clara Haddad e Cristiano Gouveia

ONDE: Teatro do Sesc Arsenal

QUANDO: Dia 14 de setembro às 19 horas

QUANTO: Entrada franca





Você pode conferir a programação nesse link: http://www.fabricasdecultura.org.br

Tá com saudade do Boca do Céu? Então, prepare-se!

Teremos mini encontros nas Fábricas de Cultura. Todas as sextas e sábados de setembro, com oficinas para crianças e educadores, rodas de histórias e caça ao tesouro. Nesta semana, o encontro será na Fábrica de Cultura do Jardim São Luis. Aparece lá! A equipe do Boca está esperando por você

http://migre.me/g1z1r

#BocadoCeu #FabricadeCultura

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Contos africanos em Diadema

Contos africanos em Diadema

20/08/2013 11:43
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Em “Zirin, Zirin”, Kouyaté e Dinah tratam de temas relevantes à humanidade - Foto: Ligia Jardim/Divulgação
Em “Zirin, Zirin”, Kouyaté e Dinah tratam de temas relevantes à humanidade – Foto: Ligia Jardim/Divulgação
Com seus mitos, suas lendas e mensagens cheias de sentimentos que retratam a história humana, os contos africanos chegam às bibliotecas e aos centros culturais de Diadema na forma de narração para crianças e adultos. Utilizando esses elementos, a Cia. Lazzo – sob a direção da atriz Dinah Feldman e participação do griot Toumani Kouyaté, de Burkina Faso, país do oeste africano – realiza apresentações em Diadema a partir de amanhã (21) até 12 de setembro.
No total serão seis narrações intituladas “Zirin Zirin” – que, na língua bamana, significa “conto conto” – e três palestras-espetáculo denominadas “Maana – A Travessia Das Palavras”. Na mesma língua, Maana significa ensinamento de vida.
Todas as apresentações têm entrada gratuita. O projeto com os dois espetáculos foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural (ProAc), do governo paulista. O programa apoia projetos que buscam estimular a leitura em bibliotecas públicas do Estado.
Instrumentos africanos
Para realizar as ações culturais, Dinah Feldman e Toumani Kouyaté utilizam instrumentos tradicionais africanos, como Ngoni e Sanza. As histórias são narradas e cantadas em linguagem poética, com humor e sutileza.
O cenário criado para o projeto por Kouyaté é composto da pintura tradicional Bogolan (feita com terra). Essa técnica de pintura foi inventada pelas mulheres e praticada como arte secreta desde o século XV até o século XX. Em 1972, o bogolan tornou-se arte popular praticada em todo mundo, deixando de ser visto apenas como artesanato.
As apresentações de “Zirin Zirin” são compostas de cinco histórias que atravessaram o oceano e tratam de temas relevantes à humanidade. “As crianças não perceberão o tempo passar porque será uma viagem hipnotizante”, disse Dinah Feldman, que pesquisa e trabalha com a arte de contar histórias desde 2006. Segundo a atriz, após as narrações haverá bate-papo com os espectadores.
A palestra-espetáculo “Maana – A Travessia Das Palavras” tem formato expositivo e lúdico. Os artistas contam com participação ativa do público. A apresentação voltada também para o público adulto aborda a história do Império Mandé, fundado no século XII por Soundiata Keita. O reinado foi considerado mais significativo por ser composto de diferentes grupos étnicos, incluindo castas, clãs e famílias. Havia 99 famílias, que viviam lado a lado e partilhavam o reino. Para manter a paz foi criado um tratado dos direitos humanos composto de 44 artigos.
Cia. Lazzo tem trabalhos relevantes no teatro
A Cia. Lazzo, da Cooperativa Paulista de Teatro, formou-se em 2005 e tem trajetória de trabalhos relevantes no cenário do teatro brasileiro. Em 2007, o projeto Réquiem, produzido pela companhia, foi um dos contemplados no 2º Concurso Centro da Cultura Judaica de Montagem Teatral. Em 2009, a mesma montagem recebeu indicações ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, ao Prêmio Shell de Teatro de SP e ao 3º Prêmio Contigo! de Teatro.
A experiência de Dinah Feldman, atriz fundadora da companhia, com o conto e com a tradição oral foi aprofundada em viagem à África, em 2010, onde participou do Festival Yeleen, em Burkina Faso, país do oeste africano. Em 2011, Dinah voltou a participar do festival e começou a parceria com o griot Toumani Kouyaté.
Griot é alguém que herdou dos pais ou tem o dom de contar histórias, cantar e fazer poemas. Além de ser griot, Toumani tem outras profissões, entre as quais fotógrafo, professor universitário e organizador de festivais em vários lugares da África, do Canadá e da Ásia.
Além de atriz e jornalista, Dinah Feldman é arte-educadora. Estudou no Teatro Escola Macunaíma e na École Philippe Gaulier (Londres e Paris). Foi também a idealizadora e produtora do espetáculo “As Três Mulheres Sabidas”, atualmente em turnê pelo país.


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Por que contar histórias??

A humanidade conta histórias porque acredita
Na fantasia,
na magia,
nas grandes viagens,
na alegria,
nas emoções,
Na libertação,
Na cura ,
Nos sentimentos nobres,
Na imaginação,
Na transformação
E ,acima de tudo, porque sempre estaremos sempre
seguindo estrelas...
A humanidade conta histórias porque acredita
Na fantasia,
na magia,
nas grandes viagens,
na alegria,...
nas emoções,
Na libertação,
Na cura ,
Nos sentimentos nobres,
Na imaginação,
Na transformação
E ,acima de tudo, porque sempre estaremos sempre
seguindo estrelas...

Setembro 2013, na Bibioteca Hans C. Andersen

Cursos, palestras e oficinas:

SETEMBRO

Palestra: O mundo simbólico da criança
Na visão que nossa cultura tem da educação formal, o ser humano está reduzido à cabeça; a cabeça, está reduzida ao lado esquerdo; o lado esquerdo está reduzido à racionalidade instrumental. O objetivo da educação se limita à conquista de uma vaga na faculdade e de um posto no mercado de trabalho. Corpo, imaginação e sentimento, as fontes de nossa criatividade, os motores da inteligência dinâmica que encontra soluções e aponta caminhos no mundo real, foram deixados à deriva pela escola do Iluminismo Positivista. Nessa contexto, nossa inteligência desenvolve-se da emoção (primitiva) em direção à razão (civilizada). Mas será que é assim mesmo que as coisas se passam? A realidade parece negar tal caminho evolutivo, linear e abstrato. Por sorte, há outros paradigmas que nos ajudam a repensar esse lugar-comum, tido como imquestionável. Partindo de uma abordagem simbólica para compreender o desenvolvimento da consciência humana no mundo, vamos assumir outro paradigma, que considera todos os aspectos da inteligência como igualmente importantes.

Com Eliana Atihé
14 de setembro (sáb), 09h30 - BP Hans Christian Andersen

Palestra: Era uma voz que sempre dizia – Era uma vez...
A voz do contador de histórias ressoa para sempre na alma dos que viveram os contos ouvidos, contos nos quais moram bruxas, princesas, feiticeiros, soldados, heróis, monstros e seres fantásticos. No recôndito da memória, modulações, timbres, gestos e expressões corporais evocam alguém contando, em algum momento e em algum lugar. A voz e as palavras do contador, articulando-se em emoções e enredos, passam pelo seu corpo e ressoam nos seus ouvintes, estabelecendo ligações invisíveis. No caminho de formação e um leitor, passa-se, certamente, pelos momentos de ouvir histórias. Momentos em que a oralidade assume toda sua importância, mesmo nas sociedades contemporâneas, de forte cunho escrito e escassas oportunidades de narração.

Com Ilan Brenman, é mestre em Educação pela USP, psicólogo, autor de livros infantis e contador de histórias.
21 de setembro (sáb), 11h - BP Hans Christian Andersen

Origamando histórias
Oficina de origami com contação de história
com Lau Moraes

27 de setembro ás 10h

OUTUBRO

Palestra

1,2, 3 E Já: O ARREPIO VAI COMEÇAR...

Serão abordados os seguintes temas:
O que são contos de terror?
O terror em várias culturas.
Posso trabalhar contos de terror com as crianças?
Em que idade?
O politicamente correto nos contos de terror;
A fascinação que as crianças tem pelos contos de terror;
Sugestões de trabalho ;
Um pouco de arrepio...
Público alvo: pais, professores, contadores, e qualquer pessoa interessada no tema que queira se assombrar um pouquinho...
Tatiana Felix.- pedagoga , contadora de histórias e atriz.
Pedagoga formada pela UNIMES- UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Participa do Projeto Contadores de Histórias de Praia Grande desde 2.008, somente esse ano até julho o Projeto atendeu mais de 15 mil crianças no Município.
Cursa pós –graduação na Arte de Contar Histórias uma abordagem performática, literária e poética.
Já participou de vários cursos , palestras e oficinas de contação de histórias.
Ministra oficinas, workshops e palestras para educadores e interessados no assunto de contos de fadas, terror, contação de histórias, teatro , mediação de leitura e mitologia.
Realizou várias contações para editoras , livrarias , Bienal do livro.
Acaba de lançar o DVD Contação de histórias do Porto do Saber em conjunto com a Prefeitura de Praia Grande.

08 de outubro ás 14h

Inscrições por telefone: 2295-3447

BIBLIOTECA HANS CHRISTIAN ANDERSEN
Temática em Contos de Fadas
Av. Celso Garcia, 4142
Tatuapé SP
— com Ilan Brenman e outras 2 pessoas.