quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Censura na historinha... morte, violência, escatologia e sexo.

Qual o conteúdo dos livros infantis?
Linda reportagem de Giuliana Bergamo, direção de arte Solenn Robic e ilustrações de Giovana Medeiros com os nossos mestres Kelly Orasi e Ilan Brenman. A matéria completa está aqui:http://tab.uol.com.br/contos-infantis/#censura-na-historinha (tabuol@uol.com.br), entrem no link que está repleto de dicas e ilustrações só M A R A V I L H O S A S!!!!
O politicamente correto está cada vez mais empenhado em minimizar, para crianças, os problemas da vida. Mas um pouquinho de um mundo real nesses primeiros anos pode ajudar no diálogo de pais e professores com os leitores-mirins.
Esta reportagem nasceu na seção infantil de uma livraria paulistana. Enquanto meus filhos – uma menina prestes a completar 6 anos e um menino de 3 anos – ocupavam-se com títulos escolhidos aleatoriamente, pedi ao vendedor o lançamento da escritora italiana Elena Ferrante para crianças, “Uma Noite na Praia”. Viciada em seus romances para adultos, eu estava esperançosa de poder compartilhar com os pequenos minha nova curtição.
Antes de me entregar o livro, o rapaz uniformizado, com um semblante sério, quis saber: "Mas qual a idade da criança?" Confesso que fiquei em dúvida se respondia 5 ou 35 e acabei devolvendo com uma pergunta: "Por quê?". E então ele me advertiu sobre o tema da história. Segundo o moço, a narrativa é muito densa, com trechos tensos, que poderiam causar medo e tristeza ao leitor-mirim. "É preciso tomar cuidado", disse. Agradeci o aviso e fui conferir do que se tratava.
Uma “Noite na Praia” é narrado por Celina, uma boneca esquecida na areia por sua dona, a menina Mati, que acaba de ganhar um gatinho de estimação. Além do sentimento de abandono, ela enfrenta o medo do salva-vidas noturno, da fogueira onde são incinerados outros objetos deixados pelos banhistas na praia (alguns brinquedos inclusive), da tempestade e do mar. O texto é belíssimo, mas, de fato, trata-se de uma história com passagens que suscitam o medo, a tristeza e a rejeição, como esta:
"O Grande Garfo tem dentes de ferro assustadores, afiados pelo uso.
Ele morde ferozmente a areia enquanto avança.
Estou com medo. Ele vai me machucar, vai me ferir.
Lá vem ele.
Acabo entre os dentes dele junto a pedrinhas, conchas, caroços de ameixa e de pêssego.
Fico um pouco amassada, mas estou inteira.
O Salva-Vidas Malvado continua a cantar, com uma voz que dói o coração:
Arranque o nariz
Lá no chafariz
Esvazie o gogó
Você estará só"
Pais e mães não gostariam de expor seus filhos a esse sentimento, certo? Ainda com o livro em mãos, fiz a reflexão. O vendedor estava correto em me alertar? Seria este um texto apropriado para crianças? Que mal eu causaria às crianças lendo uma história que não é feliz do começo ao fim? Será que a superproteção da atual geração já tem repercussão até na literatura?
Para resolver estas dúvidas, recorri primeiro ao psicólogo e escritor Ilan Brenman, estudioso do assunto. Ilan já publicou mais de 70 títulos e ultrapassou a marca dos 2 milhões de livros infantis vendidos. A pesquisa acadêmica do autor também é bastante rica. Sua tese de doutorado em Educação, pela USP (Universidade de São Paulo), virou um livro, “A Condenação de Emília – O Politicamente Correto na Literatura Infantil”. Já na abertura, ele dá o alerta sobre a superproteção: "A sociedade e, mais especialmente, a educação e a literatura estão cada vez mais preocupados em minimizar, para as crianças, os efeitos colaterais da vida, fornecendo-lhes doses diárias daquilo que se convencionou chamar de 'politicamente correto'".
 Na seção infantil de outra livraria, encontrei a engenheira Karen Arcon. Sentada no chão com duas crianças, o seu bebê de 5 meses e o sobrinho de 2 anos, ela disse ler para a dupla desde que nasceram. O maior já escolhe suas histórias preferidas. "Sempre de bicho", afirmou a tia, que prefere não ler narrativas com violência ou morte para o menino. Nesse momento, a babá, Amanda Teixeira dos Santos, pediu a palavra: "Mas já lemos a versão de Chapeuzinho Vermelho em que o caçador abre a barriga do lobo e ele não ligou". Ali também abordei a advogada paranaense Gisela Teixeira de Paiva. Mãe de duas meninas, de 11 e 7 anos, contou-me que ela e o marido têm o hábito de ler para as filhas antes de dormir. "Lemos livros da nossa infância, como a série Vagalume, que tem narrativas de suspense. Elas adoram", disse. Para Amanda, mais importante do que o conteúdo é a forma como os pais conduzem a "contação" e discutem possíveis dúvidas. 
Nem todos os pais pensam assim. Brenman relata diversos episódios em que foi criticado por pais e educadores devido ao conteúdo de seus livros, que é variadíssimo e inclui alguns tabus, como morte, violência e escatologia. Certa vez, depois de publicar uma coletânea de histórias da tradição oral de diversos povos, o autor recebeu um e-mail em que uma leitora o questionava: "O que é isso? Tropa de Elite infantil?". Em outra ocasião, foi interrogado pela diretora de uma escola por ter dito a palavra "bunda" durante uma roda de histórias. Justo ele, que tem entre seus livros mais famosos o “Até as Princesas Soltam Pum”, em que um pai abre um livro secreto e conta à filha a verdade sobre a intimidade das nobres personagens. Na narrativa, Branca de Neve, por exemplo, não foi envenenada. Desmaiou por causa de um gás fedorento.
 O escritor não é o único alvo dos adultos superproterores. Professores vivem situações parecidas em seu dia a dia. A educadora Suely Bloch, que tem 18 anos de experiência em sala de aula e hoje é proprietária de um espaço para atividades infantis, o Brincando no Pé, relata ter sido questionada diversas vezes pelos pais. "Sempre acontece quando lemos as versões originais dos contos de fada. Os adultos ficam horrorizados com os trechos que falam de morte, violência ou sexualidade", afirma. Nessas ocasiões, Suely costuma mostrar às famílias que, ao contrário do que se imagina, os pequenos lidam muito bem com esses assuntos. E, quando algo em especial chama atenção, trata-se de uma boa oportunidade para abrir o diálogo.
Para tirar a teima, o TAB fez um teste. Convidamos um grupo de 16 crianças, alunos da escola Terra Brasil, em Atibaia, para ouvir a versão dos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, os Irmãos Grimm, do clássico “Cinderela”. Quem conduziu a brincadeira foi a contadora de histórias Kelly Orasi. Em uma tarde de novembro passado, sentados em roda, os meninos e as meninas ouviram todos os trechos omitidos das versões contemporâneas da mesma história. Na antiga, por exemplo, a mãe de Cinderela despede-se da menina em seu leito de morte. Em uma outra passagem, a madrasta manda suas filhas cortarem os pés para que caibam no sapatinho que não é delas. O príncipe percebe a trapaça justamente porque vê um rastro de sangue. Aparentemente, nada causou choque às crianças.
Kelly, que há quase duas décadas conta histórias para crianças e é autora de um livro com passagens tristíssimas também, “A História que Atravessou o Oceano”, confessa ter vivido ela mesma o dilema da superproteção. Entre seu repertório de narrativas, está a fábula de Jean de La Fontaine (1621–1695) “O Peixinho e o Pescador”. Trata-se do destino de um peixe muito simpático, carismático e cheio de planos que acaba na frigideira de um pescador malvado. Receosa de como ficariam os ouvintes, a contadora resolveu propor a eles que pensassem em um final mais feliz para o personagem. "Ao contrário do que eu imaginava, em nenhuma das apresentações as crianças se incomodaram ou quiseram mudar o desfecho triste", relata.
Para Ilan Brenman, ao protegermos nossas crianças além da conta, corremos o risco de criar uma geração de adultos emocionalmente despreparados, hipersensíveis e incapazes de lidar com sentimentos e situações reais. "O politicamente correto é a negação da própria vida", diz. Afinal, é justamente ao brincar, ouvir e contar histórias e fantasiar, atividades típicas da infância, que meninos e meninas descobrem o mundo e aprendem a viver em sociedade. Quanto mais ricas forem as experiências nesta fase da vida, mais preparado para encarar a maturidade estará o indivíduo.
"Por meio da fantasia, a criança se identifica e tem a chance de olhar para dentro e entender algo que sente, mesmo quando violento", afirma Suzana Sanson, fundadora da Brinque-Book, uma das mais importantes editoras de livros infantis do Brasil. "O que atrapalha é fazer de conta que o violento, por exemplo, não existe e ter uma produção editorial focada em mensagens e lições de moral." Ou seja, a literatura dá subsídios para que a criança elabore as emoções e crie estratégias para lidar com as agruras do mundo real em que vive.  
"Contraditoriamente, a mesma geração de adultos que tenta proteger os filhos das histórias de ficção muito violentas acaba expondo-os demais à realidade cruel", diz a administradora-executiva da Fundação Abrinq, Heloísa Helena de Oliveira. Meninos e meninas de todas as idades assistem a novelas e à cobertura policial dos telejornais com pouco ou nenhum limite. Para piorar, uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o artigo 254 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que obriga os veículos de radiodifusão a transmitirem programas de acordo com a classificação indicativa de faixa etária. Na prática, isso significa que a TV – inclusive os canais abertos – pode exibir um filme com cenas de sexo e assassinato ao meio dia, por exemplo.
E, aqui, surge uma dúvida importante: ora, se não há problema em ler um conto de fada com cenas de morte e pitadas de sexualidade, por que então evitar que as crianças entrem em contato com estes temas na televisão? Aí é necessário fazer algumas distinções. "Os temas não têm restrição de idade, mas a forma tem", diz Heloísa Helena. Quando lê um livro ou ouve uma história contada, a criança está em uma situação apropriada para viver os sentimentos como fantasia. Já quando é exposta à notícia de uma chacina, por exemplo, ou ao relato de um vizinho que diz ter sido assaltado, ela sabe que aquilo é real e pode não ter preparo para encarar o fato.
Sobre a televisão (ou o conteúdo audiovisual consumido via tablets, computadores e celulares), é preciso fazer ainda um alerta. Embora assistir a filmes e programas infantis também sejam consideradas atividades lúdicas, os especialistas concordam que é necessário controlar o tempo que os pequenos passam diante das telas. Segundo as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, até os 2 anos, o ideal é evitar ao máximo. Entre 2 e 5 anos, o limite é 60 minutos por dia de exposição. E, a partir disso, os pequenos precisam de supervisão dos pais e bom senso. Diante da tela, a experiência sensorial é reduzida porque, no mínimo, a imagem e o som já estão prontos e não serão criados, imaginados na cabeça do espectador.
 Já para a leitura, não há limite. Afinal, como escreveu o escritor peruano Mario Vargas Llosa, a literatura é "um dos mais enriquecedores afazeres do espírito". “A ficção nos completa”. Em seu livro “A Verdade das Mentiras”, o romancista afirma ainda que ela é "uma atividade insubstituível para a formação do cidadão numa sociedade moderna e democrática, de indivíduos livres, e que, por isso mesmo, deveria ser inculcada nas famílias desde a infância e fazer parte de todos os programas de educação como disciplina básica".
Quanto ao livro que deu origem a esta reportagem, li para meus filhos noites atrás ao colocá-los para dormir. Atentos, os dois prestaram atenção às 38 páginas preenchidas com o texto de Elena Ferrante e as belas porém tétricas ilustrações de Mara Cerri. Percebi que, nas passagens tensas, minha menina se aproximava mais de mim e encolhia seu corpinho. Ao final da leitura, o pequeno virou para o lado e pegou no sono, tranquilo. Já a mais velha disse: "Mãe, eu a-do-rei!".
 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O CORDEL É UM DOS PILARES DA NOSSA LITERATURA POR IVANI CARDOSO


Pensem em uma biblioteca ambulante. Pensaram?? Pois é ele O CARA, meu querido Marco Haurélio, o homem CONTEÚDO em pessoa. Leiam!!

A Escola Municipal Doutor José Novais tem a maior nota entre as escolas municipais e estaduais de João Pessoa e está além da média das escolas privadas da capital paraibana (7,3 no Ideb 2015, quando a meta era 6,0). Entre suas ferramentas na sala de aula está o uso da literatura regional, típica do Nordeste, para contar a historia de autores famosos. Com essa e outras experiências na educação, o cordel vem ganhando força e tem muitas influências e confluências, passando pelas tradições populares do Brasil às sagas mitológicas de várias origens. O escritor, poeta popular, editor, pesquisador e folclorista Marco Haurélio é apaixonado pelo gênero e diz que um bom cordel não é apenas um texto bem escrito, mas deve ser calçado também por subtextos e informações, além de estar conectado ao inconsciente coletivo. Ele tem vários títulos editados, como Presepadas de Chicó e Astúcias de João GriloHistória da Moura Torta e Os Três Conselhos Sagrados (Luzeiro). É autor, também, dos livros infantis A Lenda do Saci-Pererê e Traquinagens de João Grilo (Paulus); O Príncipe que Via defeito em Tudo (Acatu). No campo da pesquisa em poesia popular, escreveu Breve História da Literatura de Cordel (Ed. Claridade), que integra a coleção Saber de Tudo, e Literatura de Cordel – do sertão à sala de aula (Paulus). Faz palestras e realiza oficinas sobre Cordel e Folclore em vários estados brasileiros e foi consultor da telenovela Velho Chico (Rede Globo). Quando o tema é educação, ele ressalta que, nas escolas, o grande erro é trabalhar o folclore apenas no mês de agosto. Ou imaginar que o folclore envolva apenas crenças e costumes ligados ao universo rural. “Folclore não é algo exterior ao homem, portanto. É a vida em sua plenitude”, afirma.
Confira a íntegra da entrevista:
De onde surgiu a paixão pelo cordel?
Vem desde a minha infância, na Ponta da Serra, sertão da Bahia, onde nasci. A casa da minha avó, Luzia Josefina, ficava ao lado da casa de meu pai. E, lá, numa gaveta de um velho armário, ela guardava centenas de folhetos de cordel, incluindo vários clássicos. Ela também sabia de cor muitos romances velhos (romances ibéricos), contos populares e ABCs (composições poéticas cujas estrofes sempre começam com uma letra do alfabeto, em sequência). Aos sete anos, eu já sabia de cor alguns cordéis, a exemplo da História de Juvenal e o Dragão, de Leandro Gomes de Barros.
De onde vem a inspiração?
São muitas as influências e confluências. Das tradições populares do Brasil às sagas mitológicas de variada origem. Tanto que o meu novo projeto, na verdade um romance de cordel escrito ao longo de mais de 20 anos, chama-se O Cavaleiro de Prata e traz referências das mitologias nórdica e céltica. Também sou pesquisador das tradições populares, notadamente dos contos tradicionais, que se vinculam ao mito e ao rito, impelindo à pesquisa para efeito de comparação. Um bom cordel, hoje, não é apenas um texto bem escrito, mas deve ser calçado também por subtextos e informações, além de estar conectado ao inconsciente coletivo.
Qual a importância do cordel para a literatura?
Cordel é literatura, mas, como as pessoas gostam de segmentar e, também, de marginalizar, durante muito tempo foi reduzido à condição de fonte inspiradora para artistas de outras searas. Seu valor, para as elites culturais, se resumia a esta função subalterna. Hoje, apesar de ainda prevalecer uma visão elitista, a nova geração tem conquistado muitos espaços. Alguns poetas e estudiosos da poesia brasileira, a exemplo de Alexei Bueno, consideram muitos autores de cordel mais talentosos que os pretensos poetas cultos. O cordel é um dos pilares de nossa literatura e, sem ele, o Cinema Novo não existiria. O teatro popular de Ariano Suassuna deve a ele sua existência e obras seminais como Macunaíma, de Mário de Andrade, sem a interface com a poesia popular, perderia muito de sua graça.
É um gênero reconhecido em eventos e feiras literárias?
Sim. Eu, por exemplo, tenho participado de muitos eventos, e a minha condição de autor e pesquisador do cordel é a principal razão para os convites que recebo. Em várias feiras e bienais, como a do Ceará, tem espaço fixo e programação própria. Este ano, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a Câmara Cearense do Livro, presidida por Lucinda Marques, contou com um dos espaços mais atraentes de toda a feira. Ainda não é o ideal, mas um grande passo foi dado.
Como o cordel deve ser utilizado na escola? Quais as vantagens do cordel na sala de aula? 
Como qualquer gênero poético de estrutura fixa. Os assuntos do cordel são os mais variados e sua métrica em que predomina a redondilha maior (o verso de sete sílabas) é a mesma das cantigas de roda e dos acalantos. É preciso, no entanto, estar atento ao que é apresentado às escolas. Cordéis normativos, com finalidades pretensamente didáticas, não são os mais aconselhados, embora, em alguns casos, sejam necessários. Os poemas narrativos são sempre mais atrativos para os que não têm ainda contato com o gênero.
Folclore e sala de aula coexistem com harmonia na sua opinião?
A depender da abordagem, o folclore, conceito que envolve toda uma gama de manifestações populares e de constantes psicológicas, pode ser muito atraente, sim, mas é preciso atenção redobrada para não reproduzir estereótipos ou uma visão exótica de algo que faz parte de nosso cotidiano. O erro está em trabalhar o folclore apenas no mês de agosto. Ou imaginar que o folclore abarque apenas crenças e costumes ligados ao universo rural. Quando fazemos um sinal, como o do polegar apontando para cima ou baixo, estamos reproduzindo, instintivamente, um gesto que, nas arenas romanas, por indicava quem deveria viver ou morrer. Hoje, tem um significado ligeiramente diferente, mas, no fundo, expressa o mesmo sentimento, pois o rito antigo está implícito no gesto. Folclore não é algo exterior ao homem, portanto. É a vida em sua plenitude.
Nosso folclore é rico de temas e personagens?
Sim. E boa parte destes personagens míticos aparece numa obra essencial do mestre Luís da Câmara Cascudo, Geografia dos Mitos Brasileiros. Creio que seja o Saci o personagem mais conhecido hoje, graças, principalmente, à obra de Monteiro Lobato, que alcançou grande visibilidade em adaptações televisivas. É preciso, porém, entender que mesmo o Saci é representado de várias formas e carrega em seu DNA elementos de diferentes culturas, do gorro mágico do duende celta ao cachimbo africano. Mas, em sua origem, o personagem pertence à mitologia indígena e estava associado à Lua.
Como foi seu trabalho em Velho Chico?
Fui consultor no campo do folclore e do cordel. Por isso, também produzi poemas que eram cantados pela dupla de poetas populares da história, Egídio e Avelino, interpretados por Maciel Melo e Xangai. A minha missão, além de escrever os cordéis, era apresentar hábitos, festas, costumes, lendas e crendices que margeiam o rio São Francisco. Numa viagem que fizemos, em maio do ano passado, da foz do rio, entre Sergipe e Alagoas, a Bom Jesus da Lapa, Bahia, assistimos, na Vila Boa Esperança, em Serra do Ramalho, a uma roda de São Gonçalo, realizada com a presença de arcos manuseados pelos pares, que foi reproduzida, com esmero, em dois momentos cruciais da história. Os autores, Edmara Barbosa e Bruno Luperi, ainda incorporaram à história, por minha sugestão, o hábito de muitos idosos, ainda hoje, tecerem a própria mortalha, comprovando que a morte é aceita com naturalidade. O costume, estranho para quem não é do sertão, aparece ligado à figura emblemática da matriarca dos de Sá Ribeiro, Encarnação (a estupenda Selma Egrei), personagem que parece saída de um romance de Gabriel García Márquez, mas representa a arcaica aristocracia rural do Nordeste, que agoniza, se arrasta, mas ainda está viva.
Que outros pontos a novela destacou?
Também se fizeram presentes na trama as pegas de boi na Caatinga, rememorando a civilização do couro, e lembrando que o rio São Francisco, protagonista da história, por seu papel importante na colonização do país, já se chamou Rio dos Currais. O costume antigo de se sair em demanda do gado bravio, criado solto nos tabuleiros e reunido pelos intrépidos vaqueiros, deu origem à vaquejada moderna. Na novela, foi mostrada a pega de boi no “cipoá” (o carrasco), termo que aparece numa obra seminal do cordel, a História do Valente Sertanejo Zé Garcia, de João Melchíades Ferreira, que serviu de inspiração aos autores.
Quem são suas influências no cordel?
São muitos, mas vou citar alguns. No cordel, Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, Minelvino Francisco Silva, Eneias Tavares dos Santos, Delarme Monteiro, Severino Borges Silva, Antônio Teodoro dos Santos, Manoel D’Almeida Filho, Manoel Camilo dos Santos etc. Na atualidade, me identifico com muitos autores, a exemplo de Rouxinol do Rinaré, Nezite Alencar, Klévisson Viana, Geraldo Amâncio, Arievaldo Viana, Eduardo Macedo, Suriel Ribeiro, Juracy Siqueira, Bule-Bule, Josenir Lacerda, Pedro Monteiro, Aldy Carvalho e muitos outros.
É um gênero mais distante de Sul e Sudeste, como fazer para aproximar?
Eu diria que não é tão distante assim, haja vista que o nordestino é, por natureza e necessidade, um migrante. E para onde ele foi, levou suas tradições. Daí o cordel estar presente, há décadas, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no norte do país. No Rio Grande do Sul, por exemplo, nasceu um grande cordelista, um virtuose: Suriel Moisés Ribeiro, que, além de gostar da cultura nordestina, é admirador da obra de Ariano Suassuna. E, por dialogar com as poéticas tradicionais, por exemplo, com os pasquins e modas de viola do interior de São Paulo e as trovas gaúchas, o cordel acaba caindo no gosto das pessoas que apreciam os poemas narrativos, cantados ou não. Afinal, os campos do imaginário não aceitam cercas.
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Nós - Eva Furnari

E pra começar bem a semana, nada melhor que desatar nós, adoro a Mel que assim como eu conversa com a montanha, com a lua e as estrelas, personagem dessa linda história que com certeza muitos de nós se identificará.

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No tempo em que as pessoas nasciam em repolhos e que as bicicletas voavam, havia uma pequena cidade chamada Pamonhas.
Em Pamonhas havia uma casa amarela, onde morava uma garota chamada Mel.
Mel tinha algo diferente; aonde quer que ela fosse, estava sempre rodeada de borboletas.
Os moradores da cidade achavam muita graça naquilo e se divertiam:
- É que ela nasceu num repolho esquisito!
- Nasceu num repolho mofado!
- Num repolho repolhudo!
Mel ouvia tudo muito triste, baixava a cabeça e pensava:
Não vou chorar! Não vou chorar!
E saía correndo antes que alguém visse suas lágrimas.
Mel era assim, magoava-se com qualquer coisa, qualquer coisiquinha de nada.
Era sempre a mesma história.
- Ela nasceu num repolho esquisito!
- Num repolho mofado!
- Num repolho repolhudo!
Mel baixava a cabeça, fazia um esforço danado para não chorar, e corria de volta para casa.
Um dia, porém, foi diferente. Em vez de querer chorar, Mel sentiu o dedinho do pé repuxando.
Estranhou: Ué, que esquisito...
Correu para casa, arrancou o sapato e olhou para o próprio dedo. Esfregou os olhos para ver melhor e, nervosa, gritou:
- Cruzes, meu mindinho se deu um nó!
Tentou esticar, puxar, passar creme, mas não deu certo, nada desatava aquele enroscado maluco.
Estava mais apertado do que nó de marinheiro.Dias depois, aconteceu outra vez.
- ... repolho repolhudo!
Como na vez anterior, Mel não sentiu as lágrimas querendo sair, sentiu foi o repuxo, e desta vez no dedo da mão, no pai-de-todos. Será que é repuxo de nó?
Em casa, sentada na cama, olhou o pai-de-todos. Era nó.
Ela queria chorar parar soltar a tristeza.
Tentou, espremeu os olhos, porém nenhuma lágrima saiu.
Na semana seguinte precisou ir ao armazém.
- Vou de luva, senão, além de rir das borboletas, eles também vão rir dos nós.
No armazém, como ela já esperava, os chatos repetiram a mesma coisa:
- ... repolho repolhudo!
Mais um nó apareceu, desta vez, na perna.
O tempo foi passando e ela já tinha seis nós. Um em cada perna, um no pescoço, em um dedo da mão direita e em dois dedos dos pés.
O pior de todos era o do pescoço, parecia nó na garganta.
O tempo continuou passando e um dia, chegando em casa, Mel se olhou no espelho.
- OH, NÃO! Na ponta do nariz, não!
Era o sétimo nó.
A cabeça zuniu, o estômago embrulhou. Achou que aquela situação não podia continuar, tinha passado dos limites.
Pensou muito. Pensou tanto que quase deu nó nos pensamentos, e finalmente concluiu:
- As pessoas aqui de Pamonhas não são verdadeiros amigos. Quero ir embora desta cidade e procurar um lugar melhor para viver!
E assim fez. No dia seguinte, bem cedo, juntou suas coisas e foi embora.
Foi disfarçada de geladeira para que ninguém a notasse. Caminhou discretamente em direção às montanhas e nem olhou para trás.
- Adeus, Pamonhas, - a mágoa era tanta que ela emendou baixinho - até nunca mais.
Quando o sol estava alto, Mel encontrou um ferro-velho e resolveu livrar-se do pesado disfarce.
- Adeus, geladeira.
E como ela não gostava de magoar ninguém, explicou:
- Não fique chateada, geladeira, e desculpe a sinceridade, mas você pesa demais! O pinguim vai comigo... você pode ser amiga daquele freezer ali...
Fria do jeito que era, a geladeira nem respondeu.
Mel continuou seu caminho, já era noite quando chegou ao topo da montanha.
Tudo era lindo e ela estava em paz. Gritou com alegria.
- Boa noite, montanha! Oi, Lua! Como vão, estrelas?
Olá, flores! Olá, árvores!
Passaram-se os dias e o tempo passou. Montanhas, sol, lua, estrelas, árvores e flores estavam sempre presentes. As borboletas, silenciosas, lhe faziam companhia.
Num belo dia de sol, apareceu uma vaca malhada.
Mel, que sentia falta de alguém para conversar, animou-se: Quem sabe esta vaca pode ser minha amiga de verdade. Acho que as vacas não ligam para essas coisas de nós e muito menos de repolhos.
Aproximou-se do animal e, quase sem vergonha nenhuma, foi puxando conversa:
- Oi, vaca!
O bicho não respondeu.
- Oi, vaca, como é seu nome?
Ela deve ser surda ou, quem sabe, mal-humorada.
Mel ficou chateada. Ora, bolas! Para que serve uma vaca muda?
Imaginou, então, que um gesto poderia fazer a vaca ser sua amiga. Um gesto discreto, quem sabe um pequeno nó no rabo. E, com toda delicadeza, fez um nó, um nozinho de nada, no rabo do bicho.
A vaca, porém, não gostou do gesto e saiu correndo atrás dela, enfurecida.
Mel subiu o morro correndo que nem louca, desceu o morro correndo em ziguezague e a vaca atrás.
Cruz-credo, que mau humor!
- Vaca, você sabe nadar? - gritou.
A vaca não respondeu.
Mel mergulhou no rio e foi dando braçadas, sem nem olhar para trás. Nadou tanto que chegou à outra margem.
Mel, cansada, deitou-se na grama. O sol quente secava suas roupas.
- Enganei você, sua vaca surda, brava, malhada! - cantarolou.
- Que vaca? - perguntou uma voz.
Mel abriu os olhos, espantada. Havia um garoto parado bem diante dela. Havia também uma bicicleta largada ali do lado.
Mel sentiu uma zoeira na cabeça e um embrulho no estômago.
Achou que ia começar tudo outra vez.
... repolho repolhudo!
Mel quis fugir. Num impulso, montou na bicicleta do garoto e pedalou para valer. Rapidamente subiu voando pelos ares.
Não passou nem meio minuto, quando um cisco entrou em seu olho. Ela, que já não era a melhor motorista do mundo, com aquele cisco, então, ficou voando que nem barata tonta. Deu três piruetas e aterrissou desastradamente em cima do garoto.
Os dois se estatelaram no chão.
Mel, ainda sem enxergar direito, tentando ser educada, foi pedindo desculpas.
O garoto pôs a mão na mão de Mel:
- Você se machucou?
Mel não respondeu. O menino da bicicleta continuou:
- Ih, você está molhada, precisa se secar! De onde veio? Do rio? Mel ficou quieta.
- Puxa vida, como você é bonita. E essas borboletas, nunca vi nada tão lindo!
Mel foi sentindo uma coisa esquisita na garganta. O velho e conhecido nó estava repuxando.
Também, esse garoto falou de um jeito... Será que ele está falando sério ou está só se divertindo? Será que ele é um verdadeiro amigo?
A cabeça de Mel zunia, o cisco perturbava, o nó da garganta queria até dar cambalhota. Sem querer, ela desatou a chorar.
No começo de mansinho, depois bem alto, de soluçar mesmo.
Passou a mão no pescoço, surpresa.
- O nó! O nó desapareceu!
Ele sorriu. Mel compreendeu, então, que podia desatar seus nós. E foi assim que aliviou o coração. Chorou mais um pouco e dessa vez era choro de emoção e não de tristeza. Deixou que as lágrimas levassem o cisco embora.
Abriu os olhos. Parecia até que o dia estava mais claro.
- Eu me chamo Kiko, e você?
Mel não respondeu. Estava ocupada reparando num pequeno detalhe. Um detalhe muito, muito interessante. Sentiu-se, secretamente, feliz.
Ele também tem um nó. Um nó no dedo da mão, no fura-bolos.
O garoto percebeu que ela percebeu e, sem a menor vergonha, tocou no assunto.
- Eu sei um jeito de tirar nó de nariz,
Mel desconfiou: Será que sabe mesmo?
- Depois eu conto, agora quero te mostrar um lugar.
Vamos até lá?
Mel não disse nem sim e nem não. Subiu na garupa da bicicleta e voou com ele até a cidade de Merengue, que ficava no lado oposto a Pamonhas.
Quando chegaram, Mel viu, surpresa, que as pessoas da cidade também tinham seus nós. Parecia gente nascida de todo tipo de repolho. Repolho brilhante, branquinho, cascudo, espinhudo, peludo, remelento, mofado, e até repolhudo.
Mel gostou. Adorou. Resolveu que era lá, em Merengue mesmo, que ela iria viver. E repetiu bem alto:
- Adeus, Pamonhas, até nunca mais!
Passaram-se os dias e o tempo passou.
Kiko ensinou a Mel como desfazer nó de nariz.
Mel, agradecida, dividiu com ele suas borboletas.
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um grande sonho - Felipe Ugalde



ERA UM PEQUENO
COM GRANDES SONHOS,
ANSIOSO POR CRESCER,
POR SER GRANDE,
POR SER ALGUÉM
QUE NÃO PASSASSE...

D E S P E R C E B I D O.
TINHA VONTADE...

DE COMER O MUNDO.
 E DEPOIS DE MUITO,

MUITO E S F O R Ç O,
E N O R M E S

D I F I C U L D A D E S
E ALGUNS OBSTÁCULOS,
FINALMENTE...

CONSEGUIU!




E nasceu Raphael, Raphael de A CURA DE DEUS, DEUS CURA! E Ele vem curando nossas vidas através do amor, da aceitação, da paciência, do bem querer, das descobertas, das conquistas diárias, das muitas orações, dos muitos corações unidos. Raphael nasceu para transformar nossas vidas, pra mostrar a força de Deus; do amor. 
Agradecemos todos os dias pela tua presença, pela tua luz, pelo sorriso mais doce e puro que já vi. Por todos e tantos encantos desta alma que nos escolheu para ser sua família. Que orgulho da sua coragem, determinação, conquistas todas e tantas!



  

Parabéns Raphael pelos seus 6 anos conquistados no dia-a-dia, que muitos outros parabéns possamos te dar todos os dias, que você continue encantando o mundo e sendo muito amado e respeitado e aceito e bem tratado.

SOMOS TODOS RAPHAEL - SOMOS TODOS SÍNDROME DO AMOR!

https://www.facebook.com/daniela.n.frison/videos/1090786504299323/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O MELHOR CONTADOR DE HISTÓRIAS



Era uma vez um rei. Não era um rei feliz. Ele notou que seus súditos não prestavam a menor atenção em seus decretos e mandatos. Percebeu também que eles se aglomeravam e se sentavam aos pés dos contadores de histórias na praça do mercado, nas casas de chá ou nas pousadas.
O rei decidiu aprender o segredo dos contadores de histórias.
Convidou-os ao palácio com essa finalidade. Alguns disseram que era a linguagem, outros que era a experiência, outros, ainda, que era a imaginação.
Cansado de ouvir tantas opiniões, o rei despediu-se deles pedindo que se dedicassem a escrever artigos sobre as qualidades de um bom contador de histórias.
Os contadores voltaram após cinco anos com milhares de papéis escritos. Mas, de novo, o rei ordenou que voltassem com uma informação mais condensada de tudo aquilo. Cinco anos se passaram, quando voltaram trazendo um livro bastante pesado. O rei não tinha tempo para ler, pois estava muito ocupado com as questões políticas do reino. Pediu-lhes, então, que fizessem um resumo de uma página com o essencial daquelas informações.
Os contadores passaram mais cinco anos trabalhando na essência do assunto. Finalmente, apareceram com uma folha de papel e entregaram-na ao rei.
O rei pensava que, de posse desses conhecimentos, poderia tornar-se o único contador do reino. Aqueles eram seus rivais, obviamente. Mesmo tendo trazido seu precioso conhecimento sobre como se tornar o melhor contador, ainda assim eles seriam competidores, e o rei queria ser o melhor contador, ainda assim eles seriam competidores, e o rei queria ser o melhor deles. Inevitavelmente, se o rei se livrasse de todos eles, não haveria como não se tornar o único e o melhor contador do reino.
Assim, o rei anunciou que iria agradecer pessoalmente a um por um o trabalho. Afinal, anos de dedicação haviam tornado possível aquele projeto.
Assim foi feito: ele recebia cada um, oferecia-lhe um prêmio e apontava a porta de saída. Do outro lado, porém, encontrava-se o carrasco esperando para executar o pobre infeliz, mandando-o para o outro mundo.
Depois que o rei finalmente ficou sozinho, com suas mãos trêmulas, abriu o papel preparado para ele. Lá estava escrita somente uma frase:

“O melhor contador de histórias é aquele cujas histórias são lembradas muitos e muitos anos depois que seu próprio nome tenha sido esquecido.”



Fonte: O ofício do contador de histórias - Gislayne Avelar Matos e Inno Sorsy




Despedida.... difícil explicar para as crianças, sei que muitas só entenderão na prática a ausência...

Era uma vez......




Camila: você é luz do meu conhecimento

... eu ainda sonho com suas histórias ....

Por que quando a gente ama uma pessoa ela vai embora???

Mas por que você vai embora?

Victor: muito obrigado por tudo que você me ensinou...

Obrigada por todas as histórias que você contou!!

Eu te amo!

Tomara que a próxima professora seja como você, engraçada, bonita e boazinha

Vou sentir muitaaaaaaaaaa saudade!

Você volta pra visitar a gente??

Katiely: não pode ser verdade!!

Matheus: é a vida....

Eu vou dormir pra sonhar com você!

Keyla: isso é política!

O prô, porque as coisas boas acabam??

Nicolas: qual escola você vai que eu vou falar pra minha mãe que eu quero ir também com você?!

Você vai embora porque você quer??

Thais: A prô vai embora porque ela cansou da nossa bagunça. Silêncio!!

A gente nunca mais vai se ver?

Você vai embora que nem a prô da sala de informática né??

E o PIN? Quem vai tocar de novo? É caro? Acho que a gente vai precisar comprar...

Eu sempre conto em casa as histórias que você me conta.

Eu nunca vou te esquecer...

Eu te amo, te amo, te amo.

Eu sei que vai doer muito não te ver mais

Eu amo a sua aula!

Me leva com você?

Posso te dar mais um abraço?

Você é a melhor professora que eu já tive

Riquelmi: se eu pudesse, te dava uma festa.

Vou escrever uma história pra você!

Tchau linda, vê se volta ano que vem!

Eu vou rezar antes de dormir pra você voltar

Eu nunca vou te esquecer

Prô, que Deus te abençoe

Eu gostei tanto de te conhecer....

Eu vou te guardar na minha caixola!

Vai com Deus!

Que Deus te proteja!

Você é minha professora preferida!

Eu prometo que vou contar todas as histórias que você me contou

E agora? Quem vai contar histórias pra gente?

Pode chorar Gabriel, eu também já chorei, não precisa ter vergonha.

Lucas: Sabe prô, eu contei na minha casa que depois desses três anos que você tá comigo, você vai embora e minha mãe chorou comigo... eu acho que ainda vou chorar mais...

Jeniffer: prô esse livro é de presente pra você, pra você mandar os seus medos embora, espero que goste. Não é pra sala de leitura, é pra você!
.... mas ... toda história tem um mas ou um dia em que tudo acontece....

e no dia da formatura o Otávio, meu tão querido "pérola negra" diz: você é a professora da minha vida, eu nunca vou te esquecer, nunca mesmo!!!


.... e foram felizes para sempre????????????????????


Mão direita pro alto, mão direita no ombro esquerdo
Mão esquerda pro alto, mão esquerda no ombro direito
Massaginha, massaginha
Sintam-se abraçados por mim e acarinhados pelas histórias!

... um suspiro ao que já foi, um sorriso ao que virá: eis a VIDA!!


Homenagem da E.E. Prof. Homero Santos Forte


E VITÓRIA VITÓRIA, ACABOU-SE A HISTÓRIA!!!!

domingo, 11 de setembro de 2016

Lembranças de uma viagem.... 1

Depois de tempos sem escrever ou publicar algo aqui, senti saudade.... e resolvi postar lembranças queridas e vividas em forma de imagens, a maioria das fotos tiradas por mim e mescladas com músicas, contos e poemas. E quando recebi este mini conto da minha querida Edvânia Braz, lá do Goiás, essas imagens vieram à cabeça.
Envio algumas imagens (que falam mais que palavras) e meu laço vermelho invisível, indizível, invencível.
Que estejamos enlaços!





Conta uma lenda oriental, que vive na lua um velho.
Ele sai todas as noites a procura de almas que estão predestinadas a unir-se na Terra.
Quando as encontra, amarra um laço de fita vermelha para que não se percam...

A lenda ainda diz, que as pessoas estão predestinadas a se reconhecerem por estes laços amarrados ao dedo. Este laço vermelho é invisível e permanece ligando ambas as pessoas apesar do tempo, do lugar, da distância, das circunstâncias... E que este laço vermelho, pode enrolar, desfiar, mas NUNCA, NUNCA, NUNCA se rompe...

Talvez hoje em dia o laço vermelho tenha sido substituído pelas redes sociais. 
Talvez... porém como filha da fantasia (que sou), continuo acreditando no velho da lua.


 Eu consegui vê-lo, e você??? Bem ali no meio.... olha de novo.... agora com os olhos do coração.

Encantada sempre com o poder da lua e agora sabendo o porque desse encantamento... ah, esse velho!!!