quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aquarela - Toquinho

Ontem estava contando histórias na AACD e sem querer comecei a cantarolar essa música mentalmente... faz muito tempo que não a ouço, mas de repente em meio a livros, histórias e as mais adversas situações de superação de pais e filhos, em meio ao caso de um menino de pouco mais de 10 anos que até fevereiro estudava, brincava, falava e corria até que uma corda muito apressada "arrebentar-lhe a cabeça" e hoje ele vegetar em um leito, no afago de uma mãe inconsolada... Nesse leito, uma lesão. Essa lesão, irreversivel... o futuro é uma astronave que tentamos pilotar ...
Muitas coisas são nossas escolhas, outras tantas, o futuro nos convida a rir ou chorar...
Também conheci o Otávio que veio lá de Marabá, Pará para se reabilitar na AACD por longos 3 meses, em meio a todas as dificuldades pediu para eu contar O velho, o menino e o burro, quando peguei o livro, ele disse: Deixa que eu leio e com um jeitinho todo especial ele leu. Ai ele sugeriu, eu leio uma e você a outra... em toda sua fragilidade, ele bem sabia o que e como queria... foi simplesmente lindo!
E para todas as possibilidades da vida, rindo ou chorando... aquarela!
 
 
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)

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