Josy Maria Correia é contadora de histórias, poeta, pesquisadora de cultura tradicional brasileira e latino-americana, escritora, atriz, compositora, arte-educadora e produtora cultura. Querem conhecê-la? www.cadernodiversos.blogspot.com - ciacatirina@gmail.com - 85 - 8705-6523
A cultura é diamante
Pelo povo lapidado
É memória fulgurante
Das histórias do passado
Com alegrias, canto e louvo
A expressão de nosso povo
Suas derrotas e glórias
Com a benção de Sherazade
Quero narrar a verdade
Dos contadores de histórias
Seu moço e dona menina,
Licença que eu vou falar
Ainda que pobre a rima,
Rico é o dom de contar
Como diz meu amigo Zé,
Narrador que "boto fé"
De Votorantim pra cá:
Se Deus deu, é mesmo um dom
Vou dizer em alto tom
"Quem tem boca é pra falar!"
Já no começo dos tempos
Quando em cavernas moravam
Os homens pintavam nos templos
Figuras que retravam
A vida cotidiana
Sua Lida, sua fama,
Sua arte, seu labor
E antes de aprender falar
Já sabiam expressar
Suas histórias de amor
Como um bebê que descobre
A riqueza do falar
Quando articulando a nobre
Arte de palavrear
Emite sua expressão
Com singela inspiração
Emocionando seus pais
A palavra verdadeira
Nos envolve de maneira
Que não se esquece jamais
Rodeado de linguagens
Para historias criar
Aumentando as imagens
No imaginário popular
É que o homem explica a vida
Recontando a sua lida
Sempre e em todo lugar
Para que tenha prazer
Basta ter o que comer
Dormir, beber e falar
Assim foi evoluindo
Nossa expressão falada
E seguiu constituindo
A tradição desejada
Porque todo o ser vivente
Que possui em sua mente
A saúde de memória
É um ser abençoado,
Criativo e educado
Pois conhece a sua história
O homem que tudo aprende,
Aprendeu a articular
As palavras que se entende
De acordo com o lugar
Desenvolveu a escrita
Que ainda hoje dita
Os costumes que se traz
Mesmo um sujeito mudo
Escrevendo fala tudo
O que quer e muito mais
Os sumérios para a história
Foi a civilização
Mais antiga da memória
Que se tem noticiação
Surgem na Mesopotâmia
Que entre os rios se derrama
No atual Curdistão
Tanta ciência e saber
Que não se pode dizer
De seu legado a extensão
Este povo afamado
De origem desconhecida
Até no livro sagrado
Tem memória garantida
A sua escrita polida
Há dois mil anos erguida
Antes de Jesus nascer
Chamava-se cuneiforme
Com letras cunhas conforme
O que queriam dizer
Desde a antiga Pérsia
Repleta de vendedores
Até o Cristo que expressa
Parábolas aos seguidores
A palavra nos ensina
Seja na prosa ou na rima
Os mais repletos valores
Vai de Buda a Maomé
Conta o homem e a mulher
Cantam nossos trovadores
O povo Hindu igualmente
Escreviam sem parar
Todo povo inteligente
Tem histórias pra contar
E não há literatura
Nem qualquer outra escritura
Que não seja inspirada
Na palavra que oralmente
Percorreu os continentes
Da linguagem articulada
No Brasil, nossos nativos,
De Caburaí ao Chuí
Estes descendentes vivos
Que ainda narram em tupi
Curumins e cunhatãs
Seus abás e suas cunhãs
Reunidos nos terreiros
Estendem nossa história
Contadas pela memória
De seus pajés brasileiros
Europeus foram chegando
Com muita história de lá
Elfos, bruxas, reis e fadas
Princesas de se adorar
Impuseram suas cores,
Suas vestes, seus valores,
De um modo que não foi dito
Escravizaram africanos
Que destoaram seus planos
De povo culto e bonito
Inclusive, os africanos,
Com a sua realeza
E seus griôs soberanos
De incomparável nobreza
Difundiram no Brasil
A tradição pueril
Preservada nas memórias
Das nossas amas de leite,
Que nossas amas de leite,
Que nos doaram deleites
Em negro seio de histórias
Não há povo sem história
Nem história sem saber
Nem há credo sem memória
Nem há tempo de esquecer
Todos os ensinamentos
Que marcaram nossos tempos
Desde nossos ancestrais
Que receberam a palavra
Como um presente doada
Por narradores orais
Os narradores são flores
Que perfumam ao falar
Onde brotam suas cores
É impossível não olhar
Para contemplar seu dito
Nos seus olhos de infinito
Que nos faz emocionar
Muita gente esqueceu
Dos males que já viveu
Quando parou pra escutar
Eu peço a Deus, com clemência,
Que nunca me falte a verdade
Para narrar com a sabença
Que já narrou Sherazade
Que eu conte uma história comprida
Para salvar minha vida
De toda coisa ruim
E que minha palavra-ave
Por mil e uma noites salve
A minha história sem fim!
As histórias percorreram
Da América ao Japão
Por todo o globo correram
Em cada palmo de chão
Contribuiu para a história,
As ciências, a memória,
As artes e a medicina
Está nas regiões,
Nas cidades, nos sertões
E sobre tudo ela ensina
Seja o griô africano
Com sua palavra iorubá
Sejam gregos e romanos
Ou índios Kaxinawá
Na Europa e Oceania
Da Antártida à Hungria
Dos latinos aos mulçumanos
A palavra sempre guia
A partilha de valia
Que nos faz seres humanos!
Assim foi evoluindo
Nossa expressão falada
E seguiu constituindo
A tradição desejada
Porque todo o ser vivente
Que possui em sua mente
A saúde de memória
É um ser abençoado,
Criativo e educado
Pois conhece a sua história
O homem que tudo aprende,
Aprendeu a articular
As palavras que se entende
De acordo com o lugar
Desenvolveu a escrita
Que ainda hoje dita
Os costumes que se traz
Mesmo um sujeito mudo
Escrevendo fala tudo
O que quer e muito mais
Os sumérios para a história
Foi a civilização
Mais antiga da memória
Que se tem noticiação
Surgem na Mesopotâmia
Que entre os rios se derrama
No atual Curdistão
Tanta ciência e saber
Que não se pode dizer
De seu legado a extensão
Este povo afamado
De origem desconhecida
Até no livro sagrado
Tem memória garantida
A sua escrita polida
Há dois mil anos erguida
Antes de Jesus nascer
Chamava-se cuneiforme
Com letras cunhas conforme
O que queriam dizer
Desde a antiga Pérsia
Repleta de vendedores
Até o Cristo que expressa
Parábolas aos seguidores
A palavra nos ensina
Seja na prosa ou na rima
Os mais repletos valores
Vai de Buda a Maomé
Conta o homem e a mulher
Cantam nossos trovadores
O povo Hindu igualmente
Escreviam sem parar
Todo povo inteligente
Tem histórias pra contar
E não há literatura
Nem qualquer outra escritura
Que não seja inspirada
Na palavra que oralmente
Percorreu os continentes
Da linguagem articulada
No Brasil, nossos nativos,
De Caburaí ao Chuí
Estes descendentes vivos
Que ainda narram em tupi
Curumins e cunhatãs
Seus abás e suas cunhãs
Reunidos nos terreiros
Estendem nossa história
Contadas pela memória
De seus pajés brasileiros
Europeus foram chegando
Com muita história de lá
Elfos, bruxas, reis e fadas
Princesas de se adorar
Impuseram suas cores,
Suas vestes, seus valores,
De um modo que não foi dito
Escravizaram africanos
Que destoaram seus planos
De povo culto e bonito
Inclusive, os africanos,
Com a sua realeza
E seus griôs soberanos
De incomparável nobreza
Difundiram no Brasil
A tradição pueril
Preservada nas memórias
Das nossas amas de leite,
Que nossas amas de leite,
Que nos doaram deleites
Em negro seio de histórias
Não há povo sem história
Nem história sem saber
Nem há credo sem memória
Nem há tempo de esquecer
Todos os ensinamentos
Que marcaram nossos tempos
Desde nossos ancestrais
Que receberam a palavra
Como um presente doada
Por narradores orais
Os narradores são flores
Que perfumam ao falar
Onde brotam suas cores
É impossível não olhar
Para contemplar seu dito
Nos seus olhos de infinito
Que nos faz emocionar
Muita gente esqueceu
Dos males que já viveu
Quando parou pra escutar
Eu peço a Deus, com clemência,
Que nunca me falte a verdade
Para narrar com a sabença
Que já narrou Sherazade
Que eu conte uma história comprida
Para salvar minha vida
De toda coisa ruim
E que minha palavra-ave
Por mil e uma noites salve
A minha história sem fim!
As histórias percorreram
Da América ao Japão
Por todo o globo correram
Em cada palmo de chão
Contribuiu para a história,
As ciências, a memória,
As artes e a medicina
Está nas regiões,
Nas cidades, nos sertões
E sobre tudo ela ensina
Seja o griô africano
Com sua palavra iorubá
Sejam gregos e romanos
Ou índios Kaxinawá
Na Europa e Oceania
Da Antártida à Hungria
Dos latinos aos mulçumanos
A palavra sempre guia
A partilha de valia
Que nos faz seres humanos!