terça-feira, 10 de setembro de 2013

Contos africanos em Diadema

Contos africanos em Diadema

20/08/2013 11:43
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Em “Zirin, Zirin”, Kouyaté e Dinah tratam de temas relevantes à humanidade - Foto: Ligia Jardim/Divulgação
Em “Zirin, Zirin”, Kouyaté e Dinah tratam de temas relevantes à humanidade – Foto: Ligia Jardim/Divulgação
Com seus mitos, suas lendas e mensagens cheias de sentimentos que retratam a história humana, os contos africanos chegam às bibliotecas e aos centros culturais de Diadema na forma de narração para crianças e adultos. Utilizando esses elementos, a Cia. Lazzo – sob a direção da atriz Dinah Feldman e participação do griot Toumani Kouyaté, de Burkina Faso, país do oeste africano – realiza apresentações em Diadema a partir de amanhã (21) até 12 de setembro.
No total serão seis narrações intituladas “Zirin Zirin” – que, na língua bamana, significa “conto conto” – e três palestras-espetáculo denominadas “Maana – A Travessia Das Palavras”. Na mesma língua, Maana significa ensinamento de vida.
Todas as apresentações têm entrada gratuita. O projeto com os dois espetáculos foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural (ProAc), do governo paulista. O programa apoia projetos que buscam estimular a leitura em bibliotecas públicas do Estado.
Instrumentos africanos
Para realizar as ações culturais, Dinah Feldman e Toumani Kouyaté utilizam instrumentos tradicionais africanos, como Ngoni e Sanza. As histórias são narradas e cantadas em linguagem poética, com humor e sutileza.
O cenário criado para o projeto por Kouyaté é composto da pintura tradicional Bogolan (feita com terra). Essa técnica de pintura foi inventada pelas mulheres e praticada como arte secreta desde o século XV até o século XX. Em 1972, o bogolan tornou-se arte popular praticada em todo mundo, deixando de ser visto apenas como artesanato.
As apresentações de “Zirin Zirin” são compostas de cinco histórias que atravessaram o oceano e tratam de temas relevantes à humanidade. “As crianças não perceberão o tempo passar porque será uma viagem hipnotizante”, disse Dinah Feldman, que pesquisa e trabalha com a arte de contar histórias desde 2006. Segundo a atriz, após as narrações haverá bate-papo com os espectadores.
A palestra-espetáculo “Maana – A Travessia Das Palavras” tem formato expositivo e lúdico. Os artistas contam com participação ativa do público. A apresentação voltada também para o público adulto aborda a história do Império Mandé, fundado no século XII por Soundiata Keita. O reinado foi considerado mais significativo por ser composto de diferentes grupos étnicos, incluindo castas, clãs e famílias. Havia 99 famílias, que viviam lado a lado e partilhavam o reino. Para manter a paz foi criado um tratado dos direitos humanos composto de 44 artigos.
Cia. Lazzo tem trabalhos relevantes no teatro
A Cia. Lazzo, da Cooperativa Paulista de Teatro, formou-se em 2005 e tem trajetória de trabalhos relevantes no cenário do teatro brasileiro. Em 2007, o projeto Réquiem, produzido pela companhia, foi um dos contemplados no 2º Concurso Centro da Cultura Judaica de Montagem Teatral. Em 2009, a mesma montagem recebeu indicações ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, ao Prêmio Shell de Teatro de SP e ao 3º Prêmio Contigo! de Teatro.
A experiência de Dinah Feldman, atriz fundadora da companhia, com o conto e com a tradição oral foi aprofundada em viagem à África, em 2010, onde participou do Festival Yeleen, em Burkina Faso, país do oeste africano. Em 2011, Dinah voltou a participar do festival e começou a parceria com o griot Toumani Kouyaté.
Griot é alguém que herdou dos pais ou tem o dom de contar histórias, cantar e fazer poemas. Além de ser griot, Toumani tem outras profissões, entre as quais fotógrafo, professor universitário e organizador de festivais em vários lugares da África, do Canadá e da Ásia.
Além de atriz e jornalista, Dinah Feldman é arte-educadora. Estudou no Teatro Escola Macunaíma e na École Philippe Gaulier (Londres e Paris). Foi também a idealizadora e produtora do espetáculo “As Três Mulheres Sabidas”, atualmente em turnê pelo país.


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