terça-feira, 24 de julho de 2012

BOCA DO CÉU

Boca do Céu 2012 - 10 a 16 de Setembro
Informações sobre inscrições e dicas de hospedagem a partir do início de Agosto no site!

Em 2012 cinco eixos de conteúdos organizam as atividades programadas, concebidos como eixos que se entrecruzam como linhas, formas e cores que, num movimento de vai e vem, criam um grande tapete. Assim como numa espécie de tapete mágico, o que se concretiza não é um único desenho, mas figuras possíveis e impossíveis que se realizam a cada instante no olhar de cada pessoa.

O eixo SABENÇAS TRADICIONAIS traz a presença da transmissão oral que ordena e dá sentido às culturas cujo conhecimento permanece vivo de diversas maneiras até os dias de hoje. Escutar e aprender com as pessoas guardiães dessas sabenças abre um espaço de contextualização que dimensiona para os contadores de histórias suas raízes e seu pertencimento ancestral. Dentro desse eixo desdobra-se o diálogo da TRADIÇÃO com a CONTEMPORANEIDADE, foco de muitas interrogações sobre o lugar e a função da arte de contar histórias no mundo atual.

O eixo O CONTADOR DE HISTÓRIAS E O PALHAÇO focaliza a conversa entre dois tipos de performance artística: o que elas têm em comum, o que cada uma tem a ensinar para a outra?

O eixo ARTE NARRATIVA NO ESPELHO refere-se à narração propriamente dita, trazendo a experiência de contadores há muito tempo na estrada, com suas pesquisas e descobertas em relação à arte da palavra oral como forma artística.

O eixo URGÊNCIAS reúne ações de narração de histórias em situações de penúria humana, que têm nos últimos tempos se difundido em hospitais, asilos, abrigos e muitos outros locais onde pessoas estão em condições miseráveis. O que as histórias podem fazer em espaços de grave desesperança é o foco de atenção desse eixo.

O eixo O CONTADOR DE HISTÓRIAS NA ESCOLA é o núcleo de ações dirigidas a educadores e crianças de instituições de ensino, que trata do processo de aprendizagem da arte narrativa. A formação de educadores e alunos por meio da reflexão, escuta e prática da narração oral, mais uma vez, como em todas as edições anteriores, é parte fundamental dos objetivos do Boca do Céu.

O contador de histórias pode então ser alguém que aprende a ser um artista escutando a palavra da sabedoria ancestral, perguntando como pode criar sua marca num momento que é o seu, hoje, conversando com a habilidade de improvisação técnica do palhaço, levando sua atenção para as urgências do nosso mundo. O movimento de transitar por essas instâncias de conhecimento em seus inúmeros feixes de relações constitui o processo de formação e pesquisa de cada contador de histórias, na sua particularidade inventiva, na sua contribuição pessoal para a perene corrente de transmissão da arte da palavra falada.
Uma arte que existe desde o começo dos tempos, que viaja pelas épocas e lugares da humanidade, e permanece viva onde há prosperidade e no meio dos escombros. E que estará presente com o último ser humano, depois que ele sair e apagar a luz.

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