SETEMBRO
S empre, nesta data exata,
E u fico bem mais completa,
T alvez repleta das flores
E ncantando o meu jardim:
M il formatos e mil cores
B rincam ao sol e, assim,
R essurge a doce esperança
O cupando espaços em mim.
Silvia Regina Costa Lima.
01/09/2013
http://www.silviareginalima.recantodasletras.com.br/livros.php
" Quando o coração da gente transborda, ele sai pela boca em forma de histórias. " ditado etíope
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Matéria e curso com a minha Carla Betta
Linda matéria com a minha querida amiga Carla Betta e uma homenagem à nós, contadores e narradores de histórias. Sucesso, amiga!
ANO DANADO DE BOM COMPARTILHANDO CONHECIMENTOS: NOVO CURSO À VISTA!
Publicado em 1 de setembro de 2013
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Um dia, conversando com minha prima, mais que prima, quase irmã, ela comenta estar envolvida com ONGs e pessoas defensoras dos animais e que o mais gostoso dessas pessoas é que –mesmo com os defeitos e fofocas inerentes ao ser humano- elas eram boas, de bom astral, cujo ambiente ao redor era alegremente suave.
Hoje, depois de me envolver com cursos, oficinas e pessoas na área da contação de histórias diria o mesmo, com a diferença de que nem todos somos assim tão leves, mas escancaradamente alegres.
Minha breve trajetória começou, sem eu saber, nas atividades voluntárias da evangelização de crianças e jovens e eventos nas casas espíritas nos quais eu contava histórias para adultos. Adorava e este sentimento deveria transparecer pelos poros, pois as pessoas comentavam positivamente.
Em 2010, finalizei o curso de contadora de histórias, oferecido pela Carmelina de Toledo Piza em parceria com a Ana Chris Martins. Adorei, mas como iniciante não usei das técnicas e das reflexões logo “de cara” que ficaram em algum substrato mental lá guardadinhas, como em uma caixinha de tesouro.
2011 foi um ano conturbado pessoalmente.
A partir de 2012, comecei a contar histórias na ala pediátrica do SUS da Santa Casa de Piracicaba acolhida pela equipe da Tia Carmelina que já faz este trabalho há muitos anos.
O gérmen plantado pela Carmem e pela Chris saiu de sua hibernação não sei quando e nem onde, mas no primeiro dia de voluntariado na Santa Casa floresci, me deliciei e me lambuzo e abuso até hoje!
Neste mesmo 2012, eita ANO DANADO DE BOM (parodiando uma história de Ângela Lago que adoro contar: “Um ano novo danado de bom”), participei do V Workshop da “Associação Viva e Deixe Viver”, que recomendo: conheçam a bela história de uma ONG dedicada a contação de histórias em hospitais. (http://www.vivaedeixeviver.org.br/) Neste evento, durante uma oficina comandada pelo Fábio Lisboa, sua simpatia e sua observação quanto ao meu jeito de contar histórias fez toda a diferença. Foi um divisor de águas. Descobri-me, agora com propriedade, contadora! No curso, graças à perfeita didática do lindo trabalho em conjunto das duas, concebida foi a contadora de histórias. Na oficina do Fabio Lisboa nasceu o meu “eu-contadora”.
Mas, o ANO DANADO DE BOM iria ainda mais longe e participei também do Encontro Internacional de Contadores de Histórias BOCA DO CÉU, magistralmente organizado por Regina Machado e sua equipe. Lá, assistindo espetáculos, discussões, oficinas com contadores nacionais e internacionais. Lá, refletindo e vivenciando, convivendo com esta trupe maravilhosa, afável, receptiva, alegre, eu me encontrei! Compreendi a dimensão e importância dos contadores de histórias e sua função no mundo: agradeço à Regina Machado, a toda a sua equipe de gente espetacular, aos amigos que lá fiz, às pessoas com as quais convivi, em especial à Drika Nunes, à Márys Brambilla, ao Beto (e seus fantoches), à Lívia Alencar, à Kalinde Braga, à Marina Bastos e novamente ao Fábio Lisboa por tudo isto.
Agora, em 2013, tive a grata e adorável experiência de ministrar o curso de contadores de histórias no SENAC de Americana e foi tão realizador quanto gratificante.
Alegria, realização, descobertas novas e interessantes, novos e revolucionários paradigmas são para serem compartilhados. Espalhando aos quatros ventos, divulgando alvissareiras novidades da magia que envolve o conto, do encantamento que nos envolve a narração, elementos atávicos que trazemos das fogueiras do calor humano ao redor das quais nos acomodamos e alertamos ouvidos e corações para as histórias de ontem, de hoje e de sempre, enfim, a partilha não é divisão, é mais do que soma, é multiplicação de bens-estares, de sentimentos e sensações prazerosos e mágicos, quase milagres.
Eis a razão pela qual desejo compartilhar meus humildes saberes, buscados e encontrados nos mais diversos cursos que venho realizando. Eis a razão pela qual convido a todos a participar do curso que eu e a Ana Chris Martins estamos oferecendo.
Turma I, aos sábados, das 14h às 17h, iniciando em 14 de setembro.
Turma II, às terças-feiras, das 19h às 22h, iniciando em 17 de setembro.
Inscrições (que podem ser feitas no primeiro dia de aula, chegando com 15 minutos de antecedência): (19) 9719-4492 ou (19) 3302-7927 ou (19) 3035-1536
Local: Rua Elvira Boys, 131 (Jd. Petrópolis) – Piracicaba.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Ricardo Azevedo participa do bate-papo: Meu amigo livro no sábado, 31/08, às 15h
Esta nova edição de Meu amigo livro traz Ricardo Azevedo para contar ao público um pouco sobre sua trajetória de vida e a sua relação pessoal com o livro. A condução desse bate-papo será feita por Giba Pedroza que, além de mediar essa conversa, vai contar histórias escritas e vividas pelo escritor.
Onde: Espaço de Leitura...
Quanto: 31/08, às 15h
Endereço: Ministro de Godói, 180 – Perdizes. Parque da Água Branca.
Tel: 11 2588-5811
Quanto: grátisVer mais
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
III Encontro de Contadores de Histórias do Revelando São Paulo 2013

O III Encontro de Contadores de Histórias do Revelando São Paulo – Festival da Cultura Paulista Tradicional acontecerá de 14 a 22 de setembro de 2013, das 09h às 17h, no Parque Vila Guilherme Trote.
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
Para saber mais sobre o XVII Revelando São Paulo, acesse:
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
Para saber mais sobre o XVII Revelando São Paulo, acesse:
Haverá certificado de participação.
O III Encontro de Contadores de Histórias do Revelando São Paulo – Festival da Cultura Paulista Tradicional acontecerá de 14 a 22 de setembro de 2013, das 09h às 17h, no Parque Vila Guilherme Trote.
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
O III Encontro de Contadores de Histórias do Revelando São Paulo – Festival da Cultura Paulista Tradicional acontecerá de 14 a 22 de setembro de 2013, das 09h às 17h, no Parque Vila Guilherme Trote.
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
Será um intercâmbio de repertórios e estilos, priorizando contadores de tradição oral de etnias indígena, caipira, caiçara, quilombola e cigana presentes no Revelando São Paulo.
O espaço permanecerá aberto a todos os profissionais da área que, além de ter a oportunidade única de ampliar suas pesquisas e enriquecer seu repertório, poderão apresentar seu trabalho.
É necessário agendar previamente a participação dos contadores, para organizarmos a programação.
Contato: deborakikuti@abacai.org.br
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
A arte de contar histórias com Clara Haddad - 16/09 a 20/09/13
A Escola de Narração Oral Itinerante
Apresenta A arte de contar histórias Intensivo... Por Clara Haddad [De, 16 a 20 de Setembro de 2013 18h30-21h30 de 2013] São Paulo Qual é a importância da contar de histórias no século XXI? Os contos continuam a ser um meio de transmissão de afetos e valores importantes para pessoas de todas as idades? Este curso intensivo terá 15 h de duração. A cada encontro, desenvolve-se um trabalho com apontamentos práticos permitindo assim que todas as pessoas interessadas possam esclarecer dúvidas frequentes em relação à escolha das histórias dentro da faixa etária e interesses das crianças, jovens e adultos. Serão abordadas algumas temáticas: quais os recursos que podemos usar para contar histórias; como estimular a leitura; qual a diferença entre a contar história e ler uma história; como fazer uma boa seleção de livros; o que é a mediação de leitura; Como trabalhar com livros de imagem? ; A expressão corporal e a voz na narração; A estrutura do conto; O conto popular e o conto de autor; preparação de uma sessão de histórias; a “magia” de transformar objetos em personagens de contos diversos através da brincadeira e o jogo lúdico. Com exercícios individuais e em grupo este curso tem como objetivo explorar as qualidades de cada participante enquanto narrador e desenvolver as suas competências na arte de contar histórias. Cada participante trabalhará um conto à sua escolha no decorrer do curso. Público-Alvo| educadores, professores, contadores de histórias, animadores culturais, bibliotecários, terapeutas e interessados no tema Carga Horária| 15h Data e Hora| 16 a 20 de Setembro 18h30-21h30 de 2013 Local do curso| Ilha da Lua- R. João Caetano, 178 – Mooca – São Paulo - SP (próximo à estação BRESSER do metrô) VAGAS LIMITADAS –MÁXIMO 12 alunos por turma. * O CURSO SÓ ACONTECE COM O MÍNIMO DE 8 PARTICIPANTES INSCRITOS* Incluso material de apoio e certificados Investimento| R$ 320,00 (válido para pagamentos efetuados até o dia 10 de Setembro de 2013-após essa data e no dia do curso, se houver vagas, R$ 360,00) Reserva de vagas somente mediante ao depósito da metade do valor do curso, a outra metade pode ser paga no primeiro dia de aula. Inscreva-se junto com um amigo e ambos ganham 10% de desconto no pagamento à vista (R$ 288,00). Esta promoção é válida somente para pagamentos de inscrição simultânea de duas ou mais pessoas. Orientação| Clara Haddad Clara Haddad é narradora profissional com mais de 14 anos de experiência tendo inúmeros projetos e apresentações desenvolvidos em várias partes do mundo.Dentre os países que partilhou sua arte estão: Portugal, Brasil, Bélgica, México, Perú, Venezuela, França e Espanha. É também diretora da Escola de Narração Itinerante projeto pioneiro em Portugal. Conheça mais: www.escolanarracao.com e www.clarahaddad.com Para mais informações contatar : Clara Haddad ou Sandra Haddad ( 11) 98259 6166 Ou escreva para escolanarracaobrasil@gmail Seja nosso amigo no Facebook! www.facebook.com/ A inscrição será realizada por ordem de chegada e confirmada após pagamento/depósito na conta : Banco Santander AG 0083 C/C 01-015012 -5 em nome de Sandra Haddad CPF 063 571 768-93 OBS: Feito o depósito, favor enviar uma cópia digitalizada do comprovante de pagamento seu nome, telefone, endereço eletrônico, profissão , data de nascimento (no caso de inscrição simultânea deve ser mencionado os nomes no e-mail ) e envie para: escolanarracaobrasil@gmail Conheça mais sobre a Escola de Narração Oral Itinerante e Clara Haddad www.escolanarracao.com www.facebook.com/ www.facebook.com/ Organização Parceria Escola de Narração Oral Itinerante ILHA DA LUA IMPORTANTE | VÁLIDO PARA TODOS OS CURSOS Caso não se verifique o número mínimo de formandos (8) ou por motivos de força maior, o organização reserva-se o direito adiar ou anular o curso. Os valores já recebidos serão devolvidos, caso o formando não deseje frequentar o curso noutra data. Após o início do curso, em caso de desistência, não haverá devolução do pagamento. A desistência deve ser comunicada por escrito até 72h antes do inicio do curso, caso contrário não haverá devolução. Ver mais |
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Menino Lua, fica a dica!!
Uma sanfona, um bolo de banana e a vontade de fazer chover
‘Menino Lua’, inspirado nas canções de Luiz Gonzaga, é um espetáculo musical ingênuo e cativante, com elenco inspirado
Por Dib Carneiro Neto - atualizada em 16/08/2013 10h03

Em ‘Menino Lua’, assim como também ocorria no caso anterior de Noel Rosa, a autora e diretora Fernanda Maia não quis realizar um espetáculo biográfico. Como Noel, Gonzagão comparece não com sua história real de vida, mas em um espetáculo inspirado nas letras de suas canções mais conhecidas. Muitos e muitos trechos de letras, como de Asa Branca ou Assum Preto, são ditos pelos atores no meio dos diálogos, perfeitamente integrados ao enredo. Isso causa uma inevitável empatia no público, sobretudo nos adultos, que se deliciam com as referências ao mundo dos xotes, baiões e xaxados.
O elenco é simplesmente primoroso. Estão todos no registro certo da prosódia nordestina, além de demonstrarem um vigor e uma agilidade incríveis. O casal de protagonistas – Thiago França, como o menino Lua, e Vivian Bertocco, como sua namoradinha Rosinha – é sensacional. Tem carisma e tem talento. Os dois nos fazem rir e nos emocionam o tempo todo, sem pieguices, mas com muita garra e muita segurança na difícil missão de transmitir ingenuidade e esperteza ao mesmo tempo. Ambos conseguem.
Os coadjuvantes – Aretê Bellar, Cy Teixeira, Felipe Ramos, Rodrigo Caetano – explodem em cena a cada aparição, muito bem caracterizados seja como um grupo de fugitivos ou como uma família de retirantes ou, ainda, na pele de personagens impagáveis como Mané Onça, Beato Baltazar, Lindaura, Arupemba e Capitão Zé de Toti. Os figurinos de Zé Henrique de Paula são marcantes, apoiados basicamente em materiais como couro, chita, alpercatas e lenços. O mesmo artista assina a bela cenografia, baseada na projeção em telões de imagens fotográficas da seca do Nordeste e na reprodução de uma típica residência nordestina, com seus oratórios e lampiões. Não falta nem uma árvore seca encravada em pleno teatro. O público é convidado a se deslocar por três ambientes diferentes, sempre na boa companhia da sanfona do menino Lua. Destaque também para a acertada iluminação de Fran Barros.
O enredo: Lua é um menino muito atrapalhado, mas excelente sanfoneiro, que deseja ser músico quando crescer. Asa Branca, seu pássaro de estimação, sem ter água para beber, morre, deixando o menino inconsolável. Por causa disso, ele desiste de seu sonho de ser sanfoneiro e se lança, com a ajuda da amiga Rosinha, na missão de acabar com a seca no sertão. É muito boa a sacada da dramaturgia de Fernanda Maia, que faz o personagem principal negar sua música o tempo todo, achando ingenuamente que sua arte não salvará seu povo. Preste atenção na divertida referência a certo “bolo de banana da tia Estela”: você será convidado a prová-lo no meio do espetáculo e vai morrer de rir com a brincadeira que os atores farão em torno disso.
Você e sua família terão também de prestar bastante atenção nos longos trechos (talvez longos demais) em que os atores cantam à moda dos repentistas, pois muitas informações sobre o enredo estão contidas nesses momentos de cantoria – e se você se distrair, perde as letras e o fio da meada. De qualquer forma, Menino Lua é um ótimo espetáculo, daqueles em que o talento transborda e em que o teatro se mistura à música e à poesia em nome da mais pura e singela emoção. De quebra, a boa exploração da dicotomia ‘medo X coragem’ faz dela uma peça altamente recomendável para seus filhos pequenos. Não perca.
SERVIÇO:
Teatro do Núcleo Experimental. Rua Barra Funda, 637, tel. (11) 3259-0898. Duração: 50 minutos. Lotação: 40 lugares. Sábados e domingos às 16h. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia). Até 08 de setembro.

Dib Carneiro Neto é jornalista, dramaturgo (Prêmio Shell 2008 por Salmo 91), crítico de teatro infantil e autor do livro Pecinha É a Vovozinha (DBA), entre outros. Escreva para ele: dib.colunista@edglobo.com.br
Programação Cultural - Biblioteca Hans C. Andersen - agosto 2013
PROGRAMAÇÃO CULTURAL

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Origens da Literatura infantil
Com Marly Vidal
“Os primeiros heróis, as primeiras cismas, os primeiros sonhos, os movimentos de solidariedade, amor, ódio, compaixão, vêm com as histórias fabulosas ouvidas na infância”. (Câmara Cascudo). Mas onde nascem essas histórias? Como nos chegam? Que caminhos percorrem? Quem são seus autores? O que elas revelam, ou ainda, o que escondem? Por que sua persistência mesmo em tempos tão ‘científicos’, ou talvez por isso mesmo? Ou serão o maravilhoso, o onírico, o fantástico, o imaginário que elas carregam, possibilidades de descobertas de sentidos outros, ocultos e essenciais, para a nossa vida? A especialista Marly Vidal nos traz uma proposta de reflexão sobre a maravilhosa criação humana que é a Literatura Infantil.
Dia 17 de agosto às 9h30
Por que Contar Histórias nos dias de hoje
Com Eliana Braga Aloia Atihé
Cada vez mais, o contador de histórias precisa compreender seu papel fundamental numa sociedade em crise, a partir de uma perspectiva psico-sócio-antropológica (e também mítica e cosmológica), que o auxilie a construir uma visão de mundo, para nela ancorar sua experiência. É urgente seu envolvimento num projeto de proteção, reparação e ampliação da etnosfera, a rede cultural da vida, a qual, tal como a biosfera, garante nossa existência como seres humanos. O encontro propõe uma revisão do papel do contador de histórias a partir dos desafios propostos por nossa época.
Dia 24 de agosto às 9h30
Causos da Roça
Com Cia. Sábias Cenas
Duas senhoras que cresceram na roça e agora moram na cidade grande se lembram do irmão, que não vêem há muito tempo. Ai, que saudade! Aos 13 anos ele ganhou o apelido de Lóbis e tem uma banda chamada ”Lóbis Rock e Seus Cachorros”. Será que ele é um Lobisomem?! Elas não sabem, mas vão ensinar uma música da banda que é um sucesso em noite de lua cheia: AUUUUUUUUUUUUU!!!! Livre
Dia 27 de agosto às 10h
TEATRO

Um causo para Chico Mineiro
Com Clownpiras
O espetáculo conta a história de um caipira que, depois de ouvir da professora que a lua é feita de queijo, sonha em chegar até lá, mesmo sabendo que se trata de um sonho quase impossível. Ao chegar numa Festa do Divina, em Goiás, Chico se depara com um desafio que finalmente o levará a realização do seu sonho. 50 min. Livre
Dia 10 de agosto às 16h
Um clique para a vida
Organização Associação Civil Anima e Projeto Anima Jovem
Será que nós realmente cuidamos da nossa saúde? De forma leve e descontraída a peça aborda os encontros e desencontros do cotidiano, e as inúmeras vezes que não percebermos os pequenos detalhes que podem nortear destinos. Uma colagem de histórias humorísticas sobre as diferentes fases da vida: nascimento, namoro, sexualidade, gravidez, saúde e prevenção, tendo como pano de fundo as relações humanas e as reflexões que eles provocam.
Dia 23 de agosto às 14h

Galinhas Aéreas
Com Cia Linhas Aéreas
Duas galinhas, ainda jovens e inexperientes, tomam conta de um ovo, que é roubado por um morcego. O desespero toma conta da dupla, que agora precisa se organizar para recuperar o futuro bebê galináceo. 50 min. Livre
Dia 24 de agosto às 16h
SARAU
Sarau Café com poesia
Organização: Wilson Jasa e Cícero Pedro de Assis
Encontro cultural de poetas, cordelista, escritores e músicos.
Dia 31 de agosto às 12h
CURSO
Curso básico de formação para Contadores de Histórias
Coordenação de Ana Luisa Lacombe. Com participação de Kelly Orasi, Simone Grande, Eliana Atihé, Marli Vidal, Ilan Brenman, Viviane Barrichello, Leila Garcia, Betinho Sodré e Anita Deixler.
Realizado desde 2008, o curso chega agora à sua 14ª turma e, entre vários temas, abordará: as origens da literatura infantil; o mundo simbólico da criança; a voz e o corpo do contador de histórias, o uso de sons e objetos nas histórias etc. Ao final do curso, os alunos farão uma apresentação aberta ao público. Carga horária: 60h. 35 vagas.
Inscrições até 31 de julho de 2013, pessoalmente na Biblioteca.
No ato da inscrição, o interessado deverá preencher uma carta de intenção que será decisiva na seleção dos participantes, caso o número de inscrições ultrapasse o número de vagas.
É obrigatória a presença na primeira aula, serão permitidas até 2 faltas no decorrer do curso, com justificativa.
Aos sábados, das 9h30 às 13h30, de 10 de agosto a 14 de dezembro
VISITA MONITORADA
Visita Monitorada com Contação de Histórias
Às 3as e 4as feiras, às 10h e/ou 14h, mediante agendamento prévio.
Para agendamento de escolas, por favor, enviar oficio assinado para o endereço da biblioteca ou e-mail para: bibliotecahans@gmail.com com as seguintes informações: Nome da escola, endereço e telefone, disponibilidade de dia e horário, responsável, quantidade de crianças e adultos, faixa etária, especialidades ex.: cadeirante
Esperamos por vocês!
Veja também o Blog da Biblioteca Hans Christian Andersen


quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Oficina com Simone Grande
Vou ministrar uma oficina de Narração de Histórias - na oficina Cultural Amácio Mazzaropi.
Coordenação: Simone Grande
7/11 a 12/12 – terças e quintas-feiras – 18h30 às 21h30
Público: atores, músicos, bailarinos, educadores e estudantes a partir de 18 anos - Inscrições: 23/7 a 31/10
Seleção: currículo no ato da inscrição e entrevista (5/11 – terça-feira – 18h30 às 21h30) - 25 vagas...
Para quem se interessar aí vai o link.
http:// www.oficinasculturais.org.br/ programacao/ver.php?idoficina=5
Coordenação: Simone Grande
7/11 a 12/12 – terças e quintas-feiras – 18h30 às 21h30
Público: atores, músicos, bailarinos, educadores e estudantes a partir de 18 anos - Inscrições: 23/7 a 31/10
Seleção: currículo no ato da inscrição e entrevista (5/11 – terça-feira – 18h30 às 21h30) - 25 vagas...
Para quem se interessar aí vai o link.
http://
Opyguas en Tekoa Yryapú

“O Grande Espírito é meu pai
A natureza é minha mãe
A terra é meu lugar
O universo é minha morada
O mundo é minha pátria...
A selva é o meu templo
O vizinho é meu irmão
O inimigo é meu mestre
O silêncio é meu guia
A experiência é minha escola
O obstáculo é minha lição
O caminho é meu caminhar
A luta é o meu despertar
A dificuldade é o meu estímulo
A dor é minha advertência
A perfeição é o meu destino
O equilíbrio é a minha atitude
A paz é o meu refúgio
A felicidade é o meu hino
A verdade é o meu desafio”
Opyguas en Tekoa Yryapú
Arte: Shonto Begay
A natureza é minha mãe
A terra é meu lugar
O universo é minha morada
O mundo é minha pátria...
A selva é o meu templo
O vizinho é meu irmão
O inimigo é meu mestre
O silêncio é meu guia
A experiência é minha escola
O obstáculo é minha lição
O caminho é meu caminhar
A luta é o meu despertar
A dificuldade é o meu estímulo
A dor é minha advertência
A perfeição é o meu destino
O equilíbrio é a minha atitude
A paz é o meu refúgio
A felicidade é o meu hino
A verdade é o meu desafio”
Opyguas en Tekoa Yryapú
Arte: Shonto Begay
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Dona Saudade - Cláudia Pessoa
Já publiquei essa linda história ano passado.
Um ano passou desde o último parabéns na UTI da Santa Casa de São Paulo.
Ela, minha avó, estava bem melhor. Lúcida, sem dor, respondendo a todos os estímulos, emocionada por ouvir as vozes dos filhos e netos ao telefone, liguei pra todos para que ela sentisse a presença de cada um dos seus entes mais queridos. Eu, me encontrava numa mistura de sentimentos. Era medo, tristeza, confiança, dúvidas, gratidão, súplicas, acordos com Deus e no meio de tudo ela. Guerreira, forte, passando por tudo aquilo com toda a dignidade que lhe era possível. Dez dias depois ela fez a última viagem. Que saudade!!! E para momentos de saudades, nada melhor que uma boa história, quem sabe alivia...
...
Desde muito pequeno, Fernando sempre foi muito grande.
Ele crescia mais pra dentro do que pra fora. Ele crescia pequenininho, já aprendendo coisas de adulto, mas sabendo virar cada vez mais criança.
Não demorou muito para Fernando perceber que as perguntas difíceis que fazia quase nunca os mais velhos sabiam responder. E das perguntas mais complicadas, nem as crianças sabiam as respostas.
Havia uma fadinha preciosa que andava sempre ao lado de Fernando. Ela muitas vezes o ajudava. Tinha respostas bonitas pra tudo. E, mesmo que não tirasse as dúvidas de Fernando, e mesmo que não matasse sua curiosidade, pintava de cores bem vivas aquele pedaço branco que a pergunta deixava no ar para ser colorido pela resposta.
Era uma fadinha bonita pra danar!
Um dia, a fadinha desfadou.
Acho que ela quis deixar uma pergunta bem complicada sem resposta: a pergunta mais embrulhada de todas. Parecia que a fadinha sabia que só Fernando descobriria a resposta. E sabia também que se ela estivesse por perto, ele esqueceria de procurar esta resposta dentro de si mesmo. Fernando iria logo perguntar a ela e esqueceria que carregava a imensa sabedoria que só criança muito criança, crescida pra dentro, tem.
Fernando ficou muito aborrecido com o sumiço da fadinha.
Começou a ter que crescer pra valer. Mais do que nunca ele precisava da fadinha, mas ela tinha desaparecido mesmo.
"Pra onde vão as pessoas que somem da nossa frente?"
Como ter certeza de que o amigo está na cas dele, a prima no balé, o irmão no futebol e a avó no céu!?
Não estamos vendo!
A única coisa de que não tinha dúvida, era de que quando as pessoas que amava desapareciam, às vezes até por uma gigantesca horinha, ele encontrava Dona Saudade.
Dona Saudade tinha mania de persegui-lo. Sempre, quase sempre, em momentos ruins.
Ela roubava todo mundo e sentava no colo de Fernando, com aquele peso pesado, para ele ter certeza de que ela estava ali, para ele sentir ainda mais sua presença.
Dona Saudade era enorme, feia, bruta e ladra. Ela irritava Fernando e machucava seu colo.
Quando ela aparecia, Fernando só pensava na fadinha... Onde estaria? Que resposta daria quando ele perguntasse como fazer pra destruir a danada da Dona Saudade?
Então, quando Dona Saudade aparecia, Fernando saia correndo, empurrava-a de seu colo, se escondia e tentava não olhar pra sua cara.
Tinha muita raiva daquela ladra de pessoas, que insistia em persegui-lo.
Um dia, Fernando estava se sentindo forte, muito forte. Cheio de alegria, cheio de coragem, cheio de amor. Nesse dia, resolveu enfrentar Dona Saudade.
Deitou em sua cama, apagou a luz, fechou os olhos, tirou o cobertor e ficou quietinho, esperando.
Não demorou muito e sentiu um peso pesado sentado bem no meio do peito. Abriu rapidinho os olhos. Abriu também o coração e convidou Dona Saudade, sem nada dizer, pra entrar.
Dona Saudade, diante do convite de Fernando, ficou reticente.
O que estaria havendo?! Isso nunca havia acontecido com ela antes. Sempre que chegava, todo mundo a expulsava. Achou estranho, mas foi se aconchegando, devagarzinho.
Dona Saudade estava desconfiadíssima. Discreta, bem mais magra, resolveu não assustar o menino.
Aos pouquinhos, quando percebeu que Fernando não ia fugir, foi trazendo todo mundo que havia deixado no Céu-Lar, o lugar onde morava, e lentamente foi guardando tudo dentro dela.
Cada pessoa, llugar ou coisa que ia trazendo pra dentro de si, ia fazendo Dona Saudade engordar tudo de novo. Assim, ela foi voltando a seu peso normal. Ela queria que o menino a conhecesse por inteira, grande do jeito que ela era. Não gostava de disfarçar.
Fernando foi respirando cada vez mais rápido, e deixando Dona Saudade entrar.
Até que ela entrou inteirinha.
Fernando, quando olhou pra dentro de si, viu tudo. Entendeu tudo.
Dona Saudade de fato carregava todo mundo.
Dona Saudade de fato, apesar de todo seu peso danado de pesado, coube dentro do seu corpinho pequenininho. Como pôde?
Dona Saudade de fato queria ser sua amiga. E seria.
Fernando ficou enorme.
Uma criança cheia, tão cheia que não cabia mais dentro de si.
Lá dentro de Dona Saudade, que estava dentro de Fernando, estava a fadinha com uma cara feliz. Com uma cara de abraço apertado.
Lá dentro de Dona Saudade, que estava dentro de Fernando, estava o amigo, a prima, o irmão, a avó...
Lá estavam tantos outros!
Dona Saudade finalmente ficou feliz pela primeira vez em sua vida.
Não era fácil vir diariamente do planeta Céu-Lar, carregando tanta gente, e terminar sendo rejeitada por todos. Ninguém abria a porta pra ela. Era por isso que doía. Porque doía nela.
Fernando encontrou a resposta e acolheu Dona Saudade.
Desde então, vendo principalmente como ela esticava e encolhia, ele virou seu melhor amigo.
Fernando carregava Saudade, que de Dona não tinha nada, pra todos os lugares que ia. E com ela, carregava todo mundo que queria.
Ela o acompanhava e ocupava todos os cantos. Até os mais silenciosos.
Quando Fernando queria estar pertinho de alguém, se Saudade não estivesse por perto bastava chamá-la que chegava rapidinho, com todo mundo a tiracolo.
Fernando não cansava de olhá-la.
Também, era bonita demais: corpinho rechonchudo de nuvem colorida, duas estrelas incrustadas no rosto, que viam tudo, até o invisível.
Dona Saudade também tinha um sorriso solar, que iluminava e abrigava o mundo inteiro!
Saudade, certo dia, contou um segredo muito secreto para o seu novo e grande amigo. Um segredo que, aliás, nem precisava ter contado: ele logo percebeu.
Saudade, quando acolhida, fica levinha, levinha, com peso de nuvem sem lágrima: com peso, tamanho e aconchego de céu sem chuva!
Um ano passou desde o último parabéns na UTI da Santa Casa de São Paulo.
Ela, minha avó, estava bem melhor. Lúcida, sem dor, respondendo a todos os estímulos, emocionada por ouvir as vozes dos filhos e netos ao telefone, liguei pra todos para que ela sentisse a presença de cada um dos seus entes mais queridos. Eu, me encontrava numa mistura de sentimentos. Era medo, tristeza, confiança, dúvidas, gratidão, súplicas, acordos com Deus e no meio de tudo ela. Guerreira, forte, passando por tudo aquilo com toda a dignidade que lhe era possível. Dez dias depois ela fez a última viagem. Que saudade!!! E para momentos de saudades, nada melhor que uma boa história, quem sabe alivia...
...
Desde muito pequeno, Fernando sempre foi muito grande.
Ele crescia mais pra dentro do que pra fora. Ele crescia pequenininho, já aprendendo coisas de adulto, mas sabendo virar cada vez mais criança.
Não demorou muito para Fernando perceber que as perguntas difíceis que fazia quase nunca os mais velhos sabiam responder. E das perguntas mais complicadas, nem as crianças sabiam as respostas.
Havia uma fadinha preciosa que andava sempre ao lado de Fernando. Ela muitas vezes o ajudava. Tinha respostas bonitas pra tudo. E, mesmo que não tirasse as dúvidas de Fernando, e mesmo que não matasse sua curiosidade, pintava de cores bem vivas aquele pedaço branco que a pergunta deixava no ar para ser colorido pela resposta.
Era uma fadinha bonita pra danar!
Um dia, a fadinha desfadou.
Acho que ela quis deixar uma pergunta bem complicada sem resposta: a pergunta mais embrulhada de todas. Parecia que a fadinha sabia que só Fernando descobriria a resposta. E sabia também que se ela estivesse por perto, ele esqueceria de procurar esta resposta dentro de si mesmo. Fernando iria logo perguntar a ela e esqueceria que carregava a imensa sabedoria que só criança muito criança, crescida pra dentro, tem.
Fernando ficou muito aborrecido com o sumiço da fadinha.
Começou a ter que crescer pra valer. Mais do que nunca ele precisava da fadinha, mas ela tinha desaparecido mesmo.
"Pra onde vão as pessoas que somem da nossa frente?"
Como ter certeza de que o amigo está na cas dele, a prima no balé, o irmão no futebol e a avó no céu!?
Não estamos vendo!
A única coisa de que não tinha dúvida, era de que quando as pessoas que amava desapareciam, às vezes até por uma gigantesca horinha, ele encontrava Dona Saudade.
Dona Saudade tinha mania de persegui-lo. Sempre, quase sempre, em momentos ruins.
Ela roubava todo mundo e sentava no colo de Fernando, com aquele peso pesado, para ele ter certeza de que ela estava ali, para ele sentir ainda mais sua presença.
Dona Saudade era enorme, feia, bruta e ladra. Ela irritava Fernando e machucava seu colo.
Quando ela aparecia, Fernando só pensava na fadinha... Onde estaria? Que resposta daria quando ele perguntasse como fazer pra destruir a danada da Dona Saudade?
Então, quando Dona Saudade aparecia, Fernando saia correndo, empurrava-a de seu colo, se escondia e tentava não olhar pra sua cara.
Tinha muita raiva daquela ladra de pessoas, que insistia em persegui-lo.
Um dia, Fernando estava se sentindo forte, muito forte. Cheio de alegria, cheio de coragem, cheio de amor. Nesse dia, resolveu enfrentar Dona Saudade.
Deitou em sua cama, apagou a luz, fechou os olhos, tirou o cobertor e ficou quietinho, esperando.
Não demorou muito e sentiu um peso pesado sentado bem no meio do peito. Abriu rapidinho os olhos. Abriu também o coração e convidou Dona Saudade, sem nada dizer, pra entrar.
Dona Saudade, diante do convite de Fernando, ficou reticente.
O que estaria havendo?! Isso nunca havia acontecido com ela antes. Sempre que chegava, todo mundo a expulsava. Achou estranho, mas foi se aconchegando, devagarzinho.
Dona Saudade estava desconfiadíssima. Discreta, bem mais magra, resolveu não assustar o menino.
Aos pouquinhos, quando percebeu que Fernando não ia fugir, foi trazendo todo mundo que havia deixado no Céu-Lar, o lugar onde morava, e lentamente foi guardando tudo dentro dela.
Cada pessoa, llugar ou coisa que ia trazendo pra dentro de si, ia fazendo Dona Saudade engordar tudo de novo. Assim, ela foi voltando a seu peso normal. Ela queria que o menino a conhecesse por inteira, grande do jeito que ela era. Não gostava de disfarçar.
Fernando foi respirando cada vez mais rápido, e deixando Dona Saudade entrar.
Até que ela entrou inteirinha.
Fernando, quando olhou pra dentro de si, viu tudo. Entendeu tudo.
Dona Saudade de fato carregava todo mundo.
Dona Saudade de fato, apesar de todo seu peso danado de pesado, coube dentro do seu corpinho pequenininho. Como pôde?
Dona Saudade de fato queria ser sua amiga. E seria.
Fernando ficou enorme.
Uma criança cheia, tão cheia que não cabia mais dentro de si.
Lá dentro de Dona Saudade, que estava dentro de Fernando, estava a fadinha com uma cara feliz. Com uma cara de abraço apertado.
Lá dentro de Dona Saudade, que estava dentro de Fernando, estava o amigo, a prima, o irmão, a avó...
Lá estavam tantos outros!
Dona Saudade finalmente ficou feliz pela primeira vez em sua vida.
Não era fácil vir diariamente do planeta Céu-Lar, carregando tanta gente, e terminar sendo rejeitada por todos. Ninguém abria a porta pra ela. Era por isso que doía. Porque doía nela.
Fernando encontrou a resposta e acolheu Dona Saudade.
Desde então, vendo principalmente como ela esticava e encolhia, ele virou seu melhor amigo.
Fernando carregava Saudade, que de Dona não tinha nada, pra todos os lugares que ia. E com ela, carregava todo mundo que queria.
Ela o acompanhava e ocupava todos os cantos. Até os mais silenciosos.
Quando Fernando queria estar pertinho de alguém, se Saudade não estivesse por perto bastava chamá-la que chegava rapidinho, com todo mundo a tiracolo.
Fernando não cansava de olhá-la.
Também, era bonita demais: corpinho rechonchudo de nuvem colorida, duas estrelas incrustadas no rosto, que viam tudo, até o invisível.
Dona Saudade também tinha um sorriso solar, que iluminava e abrigava o mundo inteiro!
Saudade, certo dia, contou um segredo muito secreto para o seu novo e grande amigo. Um segredo que, aliás, nem precisava ter contado: ele logo percebeu.
Saudade, quando acolhida, fica levinha, levinha, com peso de nuvem sem lágrima: com peso, tamanho e aconchego de céu sem chuva!
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